Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a decisão do Reino Unido de extraditar o jornalista australiano e fundador do Wikileaks, Julian Assange, nesta sexta-feira (17/06).

“Hoje tomaram a decisão de extraditar o Assange para os EUA. E se ele for extraditado, certamente é prisão perpétua, e ele morrerá na cadeia. E nós, que estamos aqui falando de democracia, precisamos perguntar: que crime o Assange cometeu?”, questionou Lula no Twitter.

O ex-mandatário brasileiro também destacou que “os EUA pediram desculpas para Angela Merkel, mas não ao Brasil”, em referência ao pedido de desculpas do então p´residente norte-americano Barack Obama, em 2014, à ex-chanceler alemã, depois que um vazamento do Wikileaks revelou que Merkel foi espionada pela Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA, na sigla em inglês). 

Anos antes, em 2009, foi vazado um telegrama do embaixador norte-americano no Brasil que apontou “paranoias” do governo brasileiro quanto à defesa da fronteira amazônica e às reservas de petróleo brasileiras.

A ex-presidente Dilma Rousseff também chegou a ser espionada pela NSA, que grampeou o seu e outros 28 telefones de seu governo, como revelou Wikileaks em 2015. 

Ex-presidente do Brasil criticou decisão do Reino Unido em extraditar Julian Assange aos EUA; 'ele morrerá na cadeia'

@ricardostuckert/Reprodução

Dentro da rede social, o ex-presidente brasileiro enfatizou que Assange cometeu ‘o crime de falar a verdade’

Lula ainda afirmou nesta sexta que “se alguém cometeu um crime foi quem, em nome dos EUA, estava espionando outros países. Inclusive espionando sobre a Petrobrás”.

Outros vazamentos, de junho de 2015 e de fevereiro de 2016, revelaram que outros líderes, como ex-presidentes franceses, Nicolas Sarkosy e o então presidente, François Hollande, o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu, e o então secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também foram espionados.

A ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, assinou nesta sexta-feira (17/06) a ordem de extradição para os Estados Unidos do jornalista e fundador do Wikileaks, Julian Assange, que pode pegar até 175 anos de detenção.

Assange é acusado de 18 crimes nos EUA, entre eles espionagem, por ter vazado documentos secretos do país sobre crimes de guerra cometidos pelas forças nacionais nas guerras do Irã e do Afeganistão. Ele ainda é acusado de “conspirar” com a ex-analista Chelsea Manning para obter documentos secretos. 

No entanto, mesmo com a decisão de Patel, que veio após o Tribunal dos Magistrados de Westminster autorizar a extradição, Assange não será enviado imediatamente aos Estados Unidos.

A defesa do australiano agora tem 14 dias para tentar um último apelo contra a decisão da ministra na Justiça. No caso de nova derrota no Reino Unido, ainda há a possibilidade de recorrer ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, em Estrasburgo, órgão do Conselho da Europa do qual Londres faz parte.  

(*) Com Ansa.