Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Os presidentes do Brasil (Luiz Inácio Lula da Silva), Chile (Gabriel Boric), Espanha (Pedro Sánchez), Uruguai (Yamandú Orsi)  e Colômbia (Gustavo Petro) publicaram uma carta conjunta em defesa da democracia. O documento foi veiculado às vésperas de uma reunião entre os mandatários a ser realizada em Santiago, capital chilena, na próxima segunda-feira (21/07).

Publicada na Folha de S. Paulo, a carta intitulada “Democracia Sempre” afirma que “em diferentes partes do mundo, a democracia enfrenta um momento de grandes desafios”, entre eles “a erosão das instituições, dos discursos autoritários impulsionados por diferentes setores políticos e o crescente desinteresse dos cidadãos”.

“A isso se somam as persistentes desigualdades, o retrocesso nos direitos fundamentais, a disseminação da desinformação e de discursos de ódio em plataformas digitais e a expansão de redes criminosas que desafiam a legitimidade do Estado”, escrevem os mandatários progressistas.

Diante desse cenário, Lula, Boric, Sánchez, Orsi e Petro reconhecem ter “o dever de agir com convicção e responsabilidade frente àqueles que pretendem enfraquecer a democracia e suas instituições”. “Não basta evocar a democracia nem falar em seu nome: devemos fortalecê-la, renová-la e torná-la significativa”.

Yamandú Orsi (Uruguai), Gustavo Petro (Colômbia), Lula (Brasil), e Gabriel Boric (Chile)
Ricardo Stuckert/PR

De acordo com os governantes, a democracia é a ferramenta para criar “mais oportunidades para as gerações futuras” e para enfrentar “os desafios globais impostos pela inteligência artificial ou a mudança do clima”. “Resolver os problemas da democracia com mais democracia, sempre”, ressaltaram.

Ao mencionar a Reunião de Alto Nível “Democracia Sempre”, em Santiago, os presidentes convocam a participação de “organizações sociais, centros de pensamento, juventudes e diversos atores da sociedade civil”, de acordo com o entendimento que “as democracias não se constroem apenas a partir dos governos”.

O documento ainda fala sobre a resistência democrática perante as “derivas autoritárias”: “A história nos demonstrou repetidamente que a democracia é o melhor caminho possível para garantir a paz e a coesão social, e as oportunidades para todos”, instou, sugerindo que estratégias em favor do “multilateralismo, do desenvolvimento sustentável, da justiça social e dos direitos humanos” sejam feitas para manter o cuidado com a democracia.

“Hoje nos reúne a certeza compartilhada da necessidade de melhorar a resposta do Estado às demandas de nossos povos e governar com eficácia, com justiça, com direitos. Com democracia, sempre. E com a convicção de que defender a democracia nestes tempos difíceis não é apenas resistir e proteger, mas propor e seguir avançando. Essa é a tarefa urgente do nosso tempo”, concluiu a carta.