Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Palácio do Planalto negou a participação do presidente Lula em uma ligação com o empresário Jeffrey Epstein, acusado de tráfico sexual nos Estados Unidos. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência disse que a informação não procede e que a suposta ligação telefônica “nunca aconteceu”.

O presidente Lula foi citado em um e-mail de 21 de setembro de 2018, no qual Epstein diz ter conversado com o petista em uma chamada telefônica realizada pelo escritor norte-americano Noam Chomsky, que visitava o presidente na sede da Polícia Federal em Curitiba. O destinatário não foi identificado.

“Chomsky me ligou com Lula. Da prisão. Que mundo”, disse o empresário na mensagem. Em outra encontrada nos arquivos, ele escreve: “Bolsonaro é o cara”.

Os documentos surgiram após membros do Partido Democrata divulgarem e-mails atribuídos a Epstein sugerindo que o presidente norte-americano Donald Trump tem ciência sobre os crimes cometidos pelo financista.

Chomsky foi próximo do financista e teve encontros para, segundo ele, discutir assuntos políticos, acadêmicos e financeiros. De acordo com os documentos, Epstein teria facilitado a movimentação de aproximadamente US$ 270 mil (cerca de R$ 1,7 milhão) ligados ao escritor e sua falecida esposa para “ajuda em assunto técnico”, situação que o escritor descreveu como relacionada à reorganização de seus ativos.

Troca de e-mails envolvendo Jeffrey Epstein em que Lula e Bolsonaro são citados

Troca de e-mails envolvendo Jeffrey Epstein em que Lula e Bolsonaro são citados
Reprodução

Epstein e o interlocutor não identificado comentaram também sobre a política sul-americana. O empresário escreveu em uma troca de mensagens que a Argentina seria a próxima “a colapsar“. O interlocutor, então, afirma ser necessária a liderança de “um populista”. À época, o presidente argentino era Mauricio Macri, de direita. “Toda a América do Sul, Brasil, Venezuela, Argentina. Não sei por que são tão sujos, visto que há tantas empregadas domésticas”, respondeu o financista.

O empresário morreu na prisão no que foi descrito como suicídio, em 2019. Ele foi acusado de traficar dezenas de meninas e e explorá-las sexualmente.

E-mails citam Trump sobre esquema sexual

A bancada do Partido Democrata na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos divulgou na quarta-feira (12/11) e-mails que haviam sido enviados por Epstein em 2011 e o atual presidente dos EUA. Em uma das mensagens publicadas, a partir de uma conversa com o escritor Michael Wolff, biógrafo do republicano, em janeiro de 2019. No e-mail, ele diz que “é claro que ele [Trump] sabia das meninas, já que pediu a Ghislaine para parar”.

O líder da bancada dos Democratas no Congresso, Robert García, representante do estado da Califórnia, disse que “quanto mais Trump tenta encobrir os arquivos de Epstein, mais se descobre sobre o caso, e estas correspondências recentemente reveladas levantam questões gritantes sobre o que mais a Casa Branca está escondendo e sobre a natureza da relação entre Epstein e o presidente”.