Lula denuncia ‘intimidação’ dos EUA contra STF após revogação do visto de Moraes
Presidente classificou medida, anunciada em meio à guerra tarifária contra o Brasil, como 'inaceitável, arbitrária e sem fundamento'
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou neste sábado (19/07) a decisão dos Estados Unidos de revogar o visto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificando-a como “inaceitável”.
Em nota oficial, o mandatário afirmou que a medida anunciada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, é “arbitrária” e uma tentativa de “intimidação” aos ministros do STF.
Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos.
A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do…
— Lula (@LulaOficial) July 19, 2025
“Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”, escreveu ele.
Lula destacou ainda que “a interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”.

Lula prestou solidariedade aos ministros do STF, alvos do governo Trump por investigações contra Bolsonaro
Ricardo Stuckert / PR
“Nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito”, concluiu.
O governo norte-americano determinou na última sexta-feira (18/07) a revogação imediata dos vistos de Moraes, de seus familiares e de seus “aliados na corte”, sem especificar quais outros ministros do STF e demais pessoas devem ser atingidos pela medida. É possível que restrição afete pelo menos oito dos 11 ministros da Suprema Corte.
A decisão foi apresentada como uma retaliação às decisões judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (18/07) e, por determinação do STF, passou a usar tornozeleira eletrônica, como parte de medidas cautelares para evitar uma possível fuga do país.
As medidas cautelares foram determinadas no inquérito no qual o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, deputado federal, é investigado pela sua atuação junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo e tentar barrar o andamento da ação penal sobre a trama golpista.
(*) Com Agência Brasil, Ansa e Brasil de Fato























