Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao Chile neste domingo (20/07) para participar de uma cúpula em defesa da democracia, que será realizada nesta segunda-feira (21/07) na capital chilena, em um momento em que setores de extrema direita ganham espaço político ao redor do mundo.

Além do presidente brasileiro, os chefes de Estado da Colômbia, Gustavo Petro, e do Uruguai, Yamandú Orsi, bem como o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, serão recebidos na sede do Governo chileno por Gabriel Boric.

O objetivo do encontro, batizado de “Democracia Sempre”, é “promover uma posição compartilhada em favor do multilateralismo, da democracia e da cooperação global baseada na justiça social”, explicou a presidência chilena em um comunicado no sábado (19/07).

Outro foco do encontro é consolidar uma posição conjunta em favor da colaboração global, em contraste com as ações recentes do governo dos EUA, que têm sido vistas como um gatilho para o aumento de conflitos comerciais globais.

Carta a favor da democracia

No fim de semana (20/07), foi publicada na mídia brasileira uma carta assinada por Lula da Silva, Gabriel Boric, Yamandú Orsi, Gustavo Petro e Pedro Sánchez, na qual os líderes falaram em enfrentar o autoritarismo e defender as instituições e os direitos fundamentais.

Segundo os autores, a democracia enfrenta atualmente sérios desafios em várias partes do mundo, e a erosão das instituições, a ascensão do discurso autoritário e o crescente desinteresse dos cidadãos “são sintomas de profundo mal-estar em amplos setores da sociedade”.

Boric recebe Lula, Petro, Pedro Sánchez e Yamandú Orsi para discutir sobre a democracia em meio ao avanço da extrema direita nos países

Boric recebe Lula, Petro, Pedro Sánchez e Yamandú Orsi para discutir sobre a democracia em meio ao avanço da extrema direita nos países
Ricardo Stuckert

No comunicado, eles destacam que a situação está se agravando devido às “persistentes desigualdades, à regressão de direitos fundamentais, à disseminação de desinformação e discurso de ódio nas plataformas digitais e à expansão de redes criminosas que desafiam a legitimidade do Estado”.

Diante desse desafio, os líderes do Brasil, Colômbia, Chile, Espanha e Uruguai se comprometem a agir com convicção e responsabilidade contra aqueles que tentam minar a democracia. “Defender a democracia exige que sejamos capazes de condenar tendências autoritárias”, afirma o texto.

Germe da cimeira pela democracia

As raízes do encontro “Democracia Sempre” remontam a 2024, quando Lula da Silva e Pedro Sánchez lideraram uma reunião contra o extremismo na 79ª Assembleia Geral da ONU. Boric também participou da reunião.

O cenário se tornou mais complexo desde então, com a “extrema direita e o autoritarismo” ganhando força em muitos países e uma guerra comercial global declarada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

A cúpula será realizada menos de duas semanas antes das novas tarifas anunciadas por Trump sobre, entre outros, a União Europeia, o Brasil e as importações de cobre, que afetarão o Chile.

As propostas resultantes da cúpula serão apresentadas na 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, marcada para setembro em Nova York.

Após o encontro na sede do governo chileno, os presidentes se reunirão com intelectuais como o economista americano e ganhador do Prêmio Nobel Joseph Stiglitz, a filósofa americana Susan Neiman e o economista sul-coreano Ha-Joon Chang, especializado em estratégias de desenvolvimento.

Os líderes se reunirão então com representantes de mais de 300 organizações da sociedade civil chilena.