Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu nesta segunda-feira (20/10) a soberania da América Latina e destacou que é prioridade manter a região como “zona de paz”, em meio às ameaças dos Estados Unidos contra a Venezuela.

“Somos um continente livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos ou religiosos. Intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que o que se pretende evitar”, disse durante evento de recebimento das credenciais de 28 novos embaixadores no Brasil.

Lula disse ainda que a região passa por “um momento de crescente polarização e instabilidade”. Diante disso, afirmou que os diplomatas estrangeiros “serão tratados e terão atenção do Itamaraty como se fossem amigos há muitos anos”.

“O que queremos é mostrar ao mundo que precisamos fortalecer o multilateralismo, baseado na boa relação cordial, comercial, econômica e, sobretudo, uma relação pacífica, sem ódio, sem negacionismo e sem ferir o princípio básico da democracia e dos direitos humanos”, acrescentou.

Recentemente, o Brasil, em conjunto com a maioria dos países da América Latina, manifestaram “profunda preocupação” pela movimentação militar “extra-regional” na região do Caribe. O documento é uma referência indireta ao envio de navios, submarinos e militares pelos Estados Unidos à costa da Venezuela.

Lula disse ainda que América Latina passa por “momento de crescente polarização e instabilidade”
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em seu discurso aos embaixadores, Lula também falou sobre a importância da política internacional em seu governo e contou que já visitou 37 países em seu terceiro mandato. Ele ainda destacou os eventos multilaterais que ocorrerão no Brasil este ano, como a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em novembro, e a Cúpula do Mercosul, em dezembro.

A partir de hoje, estão habilitados a despachar no país os representantes das seguintes nações: El Salvador, Albânia, Camboja, Tailândia, Tanzânia, Belarus, Quênia, Omã, República Dominicana, Burkina Faso, Bangladesh, Mauritânia, Sudão, Senegal, Uruguai, República Democrática do Congo, Suíça, Países Baixos, Bélgica, Emirados Árabes, Irlanda, Zâmbia, Áustria, Finlândia, Malásia, Gana, Líbano e Sri Lanka.

Tradicionalmente, os governos fazem consulta ao país no exterior sobre a indicação de um novo embaixador para atuar em seu território. Na diplomacia, a consulta é chamada de agrément, que pode ser concedido ou não. O embaixador, então, assume o posto após a entrega de documentos enviados pelo presidente de seu país ao governo do país onde atuará.

A apresentação das cartas credenciais ao presidente da República é uma formalidade que aumenta as prerrogativas de atuação do diplomata no Brasil. Caso a credencial não seja recebida pelo presidente, o embaixador não pode representar seu país em audiências ou solenidades oficiais, por exemplo.

(*) Com Agência Brasil