Luis Arce é expulso do MAS um dia antes de terminar mandato na Bolívia

O Movimento para o Socialismo (MAS) oficializou nesta sexta-feira (07/11) a decisão de expulsar do partido o atual presidente da Bolívia, Luis Arce.

A medida causou surpresa, já que veio à tona um dia antes do fim do mandato de Arce. Na cerimônia marcada para este sábado (08/11), ele deverá entregar o cargo ao democrata cristão Rodrigo Paz, vencedor da eleição presidencial deste ano.

O presidente do MAS, Grover García, já havia se referido à expulsão de Arce em uma mensagem publicada nas redes sociais no dia anterior (06/11), alegando que se tratou a legenda tomou tal determinação uma decorrência de um suposto caso de corrupção dentro do seu governo, e também por uma “traição política e quebra da unidade partidária durante o processo eleitoral”.

García também alega que Arce deixou de fazer suas contribuições regulares ao partido nos últimos meses, e que essa situação foi informada em várias ocasiões, mas que o mandatário jamais deu resposta a elas.

Fim da hegemonia

O encerramento do mandato de Luis Arce marca também o fim de uma hegemonia de 19 anos mantida pelo MAS na política boliviana – interrompida durante apenas um ano, durante a breve ditadura de Jeanine Áñez.

Na maioria desses anos, o país foi governado por Evo Morales, que inaugurou o período com sua chegada ao poder em 2006.

Luis Arce deixará a Presidência da Bolívia neste sábado (08)
Governo da Bolívia

Fundador do MAS, Morales se manteve no poder por 13 anos, até novembro de 2019, quando foi derrubado por um golpe de Estado cívico-militar, no qual as Forças Armadas impuseram Áñez, então vice-presidente do Senado, como nova mandatário.

O hiato ditatorial dou apenas um ano. Nas eleições presidenciais de 2020, o MAS voltou ao poder com a vitória eleitoral de Luis Arce.

Racha no partido

Apesar de ter sido eleito com o apoio de Evo Morales – de quem foi ministro da Economia por 11 anos –, Arce rompeu com o ex-presidente em meados de 2022, situação que gerou um racha também dentro do partido.

A disputa entre os dois fez com que Morales deixasse a sigla em 2025 e criasse um novo movimento, chamado Evo Pueblo. O ex-mandatário tentou registrar sua candidatura para a eleição presidencial deste ano, mas foi impedido por decisão do Tribunal Constitucional.

O candidato oficial do MAS no pleito foi Eduardo del Castillo, que é ministro de Governo de Arce, e que obteve o pior resultado eleitoral da história da legenda, obtendo apenas 3,2% dos votos, que o deixaram com a sexta colocação.

Com informações de TeleSur.