Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Em entrevista realizada na noite desta quinta-feira (11/07), a líder sindical francesa Sophie Binet, secretária-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), pediu aos líderes da Nova Frente Popular, que reúne diversos setores da esquerda do país, procurem conformar um acordo para obter maioria legislativa.

A declaração aconteceu durante o programa “À l’air libre”, do canal Mediapart. Binet defendeu que os partidos progressistas que formam a Nova Frente Popular devem participar do acordo que levará a escolha do próximo primeiro-ministro da França.

“O futuro do país está em jogo. Se a Nova Frente Popular não estiver à altura das circunstâncias, as coisas podem mudar muito, e muito rapidamente. É preciso propor rapidamente um governo ou uma linha de ação, ou tudo o que fizemos desmoronará, como um castelo de cartas”, afirmou a líder sindical.

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Binet disse que a Nova Frente Popular, por ser o setor mais votado no segundo turno das eleições legislativas, tem a responsabilidade de “apresentar um projeto de governo baseado em uma política de rutura com as medidas econômicas e sociais de Emmanuel Macron”.

A secretária-geral da CGT não especificou com qual setor a Nova Frente Popular deve formar sua coalizão.

“É preciso que todos ponham de lado os seus interesses partidários e pessoais, há opções à esquerda, à direita e ao centro, mas os eleitores não vão entrar em pormenores. Vão ser todos arrastados pela extrema-direita, se não houver um novo governo que apresente uma política de rutura”, acrescentou.

Cenário pós-eleitoral

Nas eleições legislativas francesas do último domingo (07/07), a aliança de esquerda elegeu 182 representantes para a nova Assembleia Nacional francesa. O setor precisa de mais 107 votos para alcançar os 289 necessários para obter a maioria e eleger o novo primeiro-ministro.

Desde a vitória nas urnas, o líder da Nova Frente Popular, Jean-Luc Mélenchon, disse que a esquerda pretende exercer seu direito de indicar o novo primeiro-ministro e exigiu que o presidente Emmanuel Macron e os líderes da coalizão de centro-direita Juntos, que ficou em segundo lugar (com 168 vagas na Assembleia) acatem os resultados eleitorais.

Twitter La CGT Communique
Líder sindical Sophie Binet defendeu coalizão legislativa para romper com políticas de Macron

O partido de extrema direita Reunião Nacional terminou com o terceiro lugar, ao conquistar 143 vagas na Assembleia.

O conservador Partido Republicano, que costuma apoiar o setor macronista, elegeu 46 representantes. Também foram eleitos 38 parlamentares de candidaturas independentes ou de partidos de menor expressão.

A preocupação de Binet durante a entrevista é que um impasse na conformação de uma maioria legislativa resulte na convocação de novas eleições legislativas, que permitam uma nova chance à extrema direita no país.

“Não podemos deixar que nos roubem a vitória de eleitoral domingo à noite”, reiterou a líder sindical, que convocou uma mobilização para o dia 18 de julho, em frente à sede da Assembleia Nacional, em Paris.

 

Com informações do Mediapart.