Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) informou que a primeira morte devido à repressão aos protestos foi registrada na cidade de Otavalo no domingo (28/09). A vítima foi baleada por soldados.

O assassinato do líder Kichwa Efraín Fuerez pelas mãos de membros das Forças Armadas foi descrito pela confederação indígena como um “crime de Estado” perpetrado sob as ordens do presidente Daniel Noboa.

Além do homicídio do líder indígena, a repressão aos protestos resultou em mais de 100 detenções, sendo que uma dúzia de pessoas foi mantida em prisão preventiva sob acusações de terrorismo apresentadas pelo Ministério Público.

A CONAIE também relatou cortes de energia, telefonia e internet nas regiões que concentram as principais manifestações contra o governo de Daniel Noboa.

“No setor de El Cajas, há forte repressão contra as comunidades mobilizadas. O Estado está apagando as luzes, bloqueando as redes sociais e cortando o sinal de telefone para silenciar as denúncias”, alertou a entidade em suas redes sociais.

Cajas, no departamento de Piura, foi uma área de bloqueios de estradas durante toda a semana, assim como toda a província de Imbabura, no norte do país, onde se concentrou a greve por tempo indeterminado convocada pela organização indígena.

Polícia equatoriana desrespeita direito a protesto pacífico ao usar violência para dispersar manifestantes

Polícia equatoriana desrespeita direito a protesto pacífico ao usar violência para dispersar manifestantes
@CONAIE_Ecuador / X

Protestos paralisam Equador

A Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador convocou uma greve nacional por tempo indeterminado na segunda-feira (22/09). A CONAIE também relatou que, entre 19 e 24 de setembro de 2025, suas contas bancárias e as de organizações regionais e locais foram bloqueadas durante a paralisação.

As manifestações nessas localidades exigiram a libertação dos presos durante os atos e protestaram contra o decreto que elimina os subsídios ao diesel — medida que elevou o preço do barril de US$ 1,80 para US$ 2,80 praticamente da noite para o dia.

Durante o quarto dia de protestos, na última quinta-feira (25/09), o presidente equatoriano deixou a cidade de Otavalo devido à intensificação dos atos, sendo finalmente retirado do local sob escolta e de helicóptero.

Na mesma noite, as forças policiais equatorianas recorreram à violência para dispersar manifestantes que se reuniram na cidade de Cuenca, desrespeitando o direito ao protesto pacífico.