Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Suprema Corte de Justiça do Panamá decretou nesta sexta-feira (03/05) a legalidade da candidatura de José Raúl Mulino, do partido conservador Realizando Metas (RM), à presidência do país centro-americano. A decisão ocorre apenas dois dias antes das presidenciais do país, programadas para este domingo (05/05).

A decisão acatou um parecer do Tribunal Eleitoral panamenho, divulgada no dia 4 de março, que considerou legítima a inscrição de Mulino como representante do seu partido, em substituição ao ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014).

O ex-mandatário foi originalmente anunciado como presidenciável do RM à presidência em outubro de 2023. Dois meses depois, o mesmo Tribunal Eleitoral impugnou sua candidatura em função de uma condenação contra ele, proferida pela mesma Suprema Corte, pela qual ele deve cumprir 11 anos de prisão, por crimes de lavagem de dinheiro e fuga de capitais.

Com a inelegibilidade de Martinelli, o partido RM inscreveu Mulino, que foi ministro da Justiça e Segurança Pública durante o governo martinellista.

Na pesquisa mais recente, realizada pela consultora Mercadeo, Mulino aparece em primeiro lugar, com 37,6% das intenções de voto. No Panamá, a eleição presidencial é em turno único. Portanto, o candidato mais votado não está obrigado a superar os 50% dos votos para ser eleito.

Partido Realizando Metas
José Raúl Mulino (à esquerda) e o ex-presidente Ricardo Martinelli, representam o partido que lidera as pesquisas eleitorais no Panamá

A partir da inscrição de Mulino, outros partidos de direita que aparecem com chances na pesquisa passaram a questionar na Justiça a legalidade da substituição de Martinelli por seu ex-ministro.

Os autores da ação contra a candidatura do RM foram os advogados do Partido Popular, legenda democrata-cristã liderada pelo ex-presidente Martín Torrijos (2004-2009), filho do ex-ditador Omar Torrijos (1968-1981), que aparece em segundo lugar na pesquisa mais recente, com 16,4% das intenções de voto.

A denúncia do Partido Popular foi apoiada, dias depois, pelos outros dois partidos que brigam pelo segundo lugar: o ultraconservador Mudança Democrática, cujo candidato Rómulo Roux aparece com 14,9%, e o liberal Movimento Outro Caminho, liderado pelo músico e radialista Ricardo Lombana, que ficou com 12,7% na última pesquisa.

A candidatura de Lombana é considerada a mais próxima da esquerda, embora o candidato em si não seja progressista, devido ao fato de que um dos partidos que compõem a coalizão é o Partido Verde do Panamá.