Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, que se autoproclamou mandatária do país em 2019 após um golpe de Estado, deixou nesta quinta-feira (06/11) a prisão de Miraflores, em La Paz, depois que a Suprema Corte de Justiça anulou a sentença de dez anos de prisão que havia sido imposta a ela no caso chamado “golpe de Estado II”.

A decisão judicial, aprovada com maioria de votos, concluiu que o processo violou as garantias constitucionais e o devido processo legal, determinando sua imediata libertação. Segundo o presidente da Suprema Corte, Romer Saucedo, Áñez ainda deverá ser submetida a um “julgamento de responsabilidades”, um processo reservado a ex-mandatários e que exige autorização do Congresso.

Áñez, de 58 anos, havia sido condenada em 2022 a 10 anos de prisão por “resoluções contrárias à Constituição” e “violação de deveres” após a derrubada de Evo Morales, do Movimento ao Socialismo (MAS).

Sua administração foi marcada pelo decreto que isentou as forças militares e policiais de responsabilidades durante as operações de desobstrução de estradas. A medida foi apontada como o marco que permitiu os massacres de Senkata e Sacaba, onde morreram 36 pessoas nas manifestações que defendiam Evo. Ainda sob sua gestão, foram registradas prisões arbitrárias de pelo menos 1.534 pessoas. Estes eventos que ainda seguem sendo investigados, sendo um ponto de forte questionamento de sua administração.

Ao sair da prisão, a política boliviana expressou sua gratidão pelo apoio que recebeu durante seus 1.710 dias na cadeia e mencionou que saiu mais forte do presídio.

De acordo com a mídia local, Áñez planeja participar de eventos públicos nos próximos dias e comparecer à posse do presidente eleito Rodrigo Paz, do conservador Partido Democrata Cristão (PDC).

(*) Com Ansa