Impedido de disputar eleição, Evo Morales diz que continua na Bolívia: ‘estou com meu povo’
À AFP, líder progressista rejeitou alegações de fuga e garantiu luta ‘nas ruas e estradas’; direita lidera pesquisas em pleito marcado para domingo (17)
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales (2006-2019) declarou que continuará sua militância política mesmo que a direita vença as eleições presidenciais no país, cujo primeiro turno está marcado para o próximo domingo (17/08).
Em entrevista à agência de notícias francesa France-Presse (AFP), o líder progressista – que foi impedido pelo Tribunal Constitucional de disputar a eleição por já ter governado o país por dois mandatos – disse que “vai se defender” e não vai deixar a Bolívia.
O ex-presidente disse conhecer as alegações que dizem sobre uma suposta fuga para Cuba caso o Movimento ao Socialismo (MAS), partido que foi líder antes de romper a aliança com o atual presidente, Luiz Arce, saia do poder após 20 anos. “Eu não vou fugir”, argumentou.
Morales detalhou que continuará “lutando nas ruas e nas estradas“, locais onde têm sido realizados protestos e bloqueios de seus apoiadores contra o governo Arce.

“Estou com meu povo, não abandonarei o povo boliviano”, declarou Morales
Evo Morales Ayma/X
“Estou com o meu povo, não abandonarei o povo boliviano”, disse, e acrescentou que “não dará trégua” ao próximo governo.
Dois candidatos conservadores lideram as pesquisas para as eleições presidenciais na Bolívia. Segundo levantamento do institutos Ipsos Ciesmori, o empresário e ex-ministro do Planejamento Samuel Doria Medina, que se define como “social-democrata”, encabeça a preferência do eleitorado com 21,2% das intenções de voto, em empate técnico com o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga (2001-2002), com 20%.
Por outro lado, nem o presidente do Senado, o independente de esquerda Andrónico Rodríguez, nem o ex-ministro de Governo Eduardo del Castillo, candidato do presidente Luis Arce e do MAS, chegam aos dois dígitos nas pesquisas: o primeiro tem 5,5%, e o segundo, 1,5%.
Como todos os candidatos estão longe de obter maioria absoluta, espera-se um segundo turno em 19 de outubro.
(*) Com Ansa e informações de Folha de S. Paulo























