Holanda recua e devolve controle de fabricante de microchips à China

O governo da Holanda anunciou nesta quarta-feira (19/11) que devolverá o controle da fabricante de semicondutores Nexperia à companhia chinesa Wingtech, pouco mais de um mês após a intervenção que retirou dos asiáticos a propriedade das filiais estabelecidas em território neerlandês.

À época, a medida gerou uma crise que afetou não só as relações entre os dois países como também colocou em risco a produção da indústria automotiva no mundo todo.

Segundo o vice-ministro de Economia da Holanda, Vincent Karremans, “à luz dos recentes desdobramentos, acredito que seja o momento certo de dar um passo construtivo, suspendendo minha ordem relativa à Nexperia, em estreita consulta com nossos parceiros europeus e internacionais”.

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Já o comissário de Comércio da União Europeia, Maros Sefcovic, afirmou que a restituição do controle da Nexperia à Wingtech representa “mais um passo fundamental para a estabilização das cadeias de abastecimento estratégicas de microchips”.

A Nexperia pertence à gigante chinesa de microchips Wingtech. A intervenção, iniciada em 14 de outubro, foi justificada na ocasião com base em uma suposta investigação do governo holandês a respeito da propriedade intelectual dos produtos da marca.

Intervenção neerlandesa na Nexperia durou pouco mais de um mês
Wingtech

Resposta de Pequim e intervenção de Lula

Dias depois, a China suspendeu a exportação de semicondutores do grupo ao exterior. O material é essencial para a indústria automotiva, razão pela qual a medida colocou em risco a produção do setor na Europa e em outros países do mundo, incluindo o Brasil.

No caso brasileiro, porém, as montadoras tiveram a situação normalizada graças à intervenção do Governo Lula, que garantiu, no início de novembro, uma exceção ao Brasil à restrição na exportação de chips e semicondutores imposta pelo governo chinês.

As negociações entre Brasil e China foram lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; e contou com a participação do secretário de Desenvolvimento Industrial, Uallace Moreira.

Em entrevista na época da negociação, Moreira contou que Brasília iniciou o diálogo sobre o tema com Pequim “esclarecendo que o Brasil está fora desse conflito de natureza geopolítica”.

Com informações de ANSA.