Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou nesta terça-feira (29/07) possibilidade de diálogo com os Estados Unidos para suspender a tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre os produtos brasileiros – uma medida que entrará em vigor nesta sexta-feira (01/08). Entretanto, ressaltou que o governo Lula não deve ceder a pressões nem negociar em posição de inferioridade.

“O Brasil nunca deixou de buscar o entendimento, mas é preciso que as conversas ocorram com equilíbrio e respeito mútuo. Não estamos dispostos a negociar de forma apressada ou submissa”, destacou, ao comentar os esforços sendo realizados em Brasília para tentar reverter as medidas tarifárias norte-americanas.

“[Temos que] virar um pouquinho a página da subserviência e, com muita humildade, nos colocar à mesa, mas respeitando os valores do nosso país”, acrescentou.

Haddad também não descartou a possibilidade de uma ligação telefônica entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Trump, apesar das divergências e tensões que têm escalado entre ambos após o encerramento da cúpula do BRICS, realizada na segunda semana de julho.

Segundo ele, para que essa comunicação ocorra, é necessário uma preparação protocolar mínima entre os diplomatas de ambos os países. “Tem de haver uma preparação antes, para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam respeitados à mesa de negociação”, disse.

Ministro da Fazendo, Fernando Haddad indica possibilidade de negocições com os EUA para suspender medida tarifária
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Esforços do Brasil

Ele ainda também que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, teve no dia anterior a “terceira e mais longa” conversa com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. Atualmente, há um grupo composto por oito senadores brasileiros que também está em Washington na tentativa de abrir um canal de diálogo com congressistas norte-americanos.

De acordo com Haddad, há “algum sinal de interesse” e “sensibilidade” por parte das autoridades dos EUA para estabelecer uma conversa sobre o tarifaço.

“Alguns empresários estão fazendo chegar ao nosso conhecimento que estão encontrando maior abertura lá, não sei se vai dar tempo até dia 1º”, avaliou o ministro, porém, destacando que as negociações devem continuar mesmo após a eventual aplicação das tarifas norte-americanas.

O governo brasileiro também já preparou um plano de contingenciamento para ajudar as empresas que serão afetadas pela medida de Trump. O documento foi formulado pelos ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, das Relações Exteriores e da Casa Civil.

“O Brasil vai estar preparado para cuidar das suas empresas, dos seus trabalhadores e, ao mesmo tempo, se manter permanentemente numa mesa de negociação, buscando racionalidade, buscando respeito mútuo e estreitamento das relações”, afirmou Haddad.

(*) Com Ansa