Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Após o caos no mercado global de ações desta segunda-feira (07/04), as bolsas da Ásia fecharam em alta, recuperando-se da queda generalizada ocorrida em resposta à política tarifária de Donald Trump.

As ações do Japão lideraram com o maior percentual do país desde agosto. O índice Nikkei 225 fechou em alta de 6,03% e o índice Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,26%. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, o avançou 1,51%. Na China, o índice Xangai Composto teve alta de 1,58%.

Nesta terça-feira (08/04), Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, conversou por telefone com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, para pedir ajuda na negociação de uma solução para a guerra comercial de Trump.

O presidente dos Estados Unidos ameaçou adicionar 50% às taxas sobre os produtos chineses, caso país não retire as medidas retaliatórias de 34% sobre as importações dos produtos estadunidenses. A China anunciou que vai “lutar até o fim”.

Durante a conversa, Von der Leyen ressaltou a importância vital da estabilidade e previsibilidade para a economia global e disse que a Europa e a China têm a responsabilidade, como dois dos maiores mercados do mundo, de apoiar um sistema comercial forte, “livre, justo e baseado em condições de igualdade”.

Eles também discutiram a criação de um mecanismo para rastrear possíveis desvios de comércio causados pelas tarifas.

Bolsa de Valores de Hong Kong (Wing/Wikimedia Commons)

Ações europeias em alta

As ações europeias também estão em alta, após a União Europeia manifestar disposição de negociar um pacto comercial livre de tarifas com os EUA. Joachim Nagel, formulador de políticas do Banco Central Europeu, destacou que o BCE “fará a sua parte” para apoiar a zona do euro.

O índice FTSE 100 das maiores empresas listadas em Londres subiu 2%. O índice pan-europeu Stoxx 600 avançou 1,75%, após ganhos em muitos mercados da Ásia-Pacífico durante a noite.

Nos Estados Unidos, os índices futuros avançam mais de 2%, após perdas expressivas nesta segunda-feira. Dow Jones e S&P 500 lideram com altas de, respectivamente, 2,69% e 2,34%. A Nasdaq, acompanha o último fechamento, com leve alta de 0,1%.

Bolsa do Chile teve a maior queda

No México, embora o peso tenha valorizado dois pontos após o anúncio da exclusão do país das tarifas recíprocas, nesta segunda-feira, ele se somou à queda em consequência da resposta da China às taxas de Trump, com uma depreciação de 1,32% e um preço de cerca de 20,71 pesos por dólar.

No Chile, a queda foi um pouco maior do que o registrado em outras bolsas de valores da América Latina, embora menor do que os que ocorreram nos mercados da Europa e da Ásia.  O S&P IPSA, principal indicador do mercado de ações do país, fechou em queda de 3,35%, para 7.252,5 pontos. Foi o pior dia desde 5 de agosto de 2024.

A Bolsa de Valores da Colômbia teve uma pequena queda no principal índice de ações do país, com queda de apenas 0,67% nesta segunda-feira, nos três dias de crise em que o Eurostoxx caiu 12,74%; em Nova York, o Dow Jones caiu 10,4%, o S&P 500 caiu 13,19%; o Nasdaq 11,69% e o Nikkei japonês perdeu 13,35%.

Lula: ´temos um colchão de US$ 350 bi´

No Brasil, no fim do pregão desta segunda-feira (07/04), o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa caiu 1,32%. O dólar comercial teve alta de 1,28%, subindo para R$ 5,910; e o dólar para turistas, teve uma valorização de 1,58%, chegando a R$ 6,155.

Em meio à turbulência, o presidente Lula tranquilizou o mercado ao afirmar que o país tem reservas internacionais suficientes para enfrentar o tarifaço de Trump.

“Nós pagamos a dívida externa brasileira. Nós, pela primeira vez, fizemos uma reserva [internacional] de US$ 370 bilhões, o que segura este país contra qualquer crise. Mesmo o presidente Trump falando o que ele quer falar, o Brasil está seguro porque temos um colchão de US$ 350 bilhões, que dá ao Brasil e ao ministro da [Fazenda] Fernando Haddad uma certa tranquilidade”, disse.

Ele também reiterou que a economia voltará a crescer mais que o previsto em 2025.