Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Guarda Nacional dos Estados Unidos começou a patrulhar as ruas de Washington na noite desta terça-feira (12/08), um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assumir o controle da polícia da capital e convocar a presença das forças militares na região.
Trump alega que a capital do país tornou-se uma cidade “sem lei”, o que é negado pelos próprios dados da Polícia Metropolitana de Washington, que revelam a menor taxa de crimes violentos na região em 30 anos.
Desde o anúncio da operação, 23 prisões foram realizadas e, agora, a população em situação de rua encontra-se na mira de Trump. A secretária de imprensa Karoline Leavitt informou que as pessoas que estiverem morando ruas de Washington serão levadas para abrigos, onde receberão tratamento para dependência química ou atendimento de saúde mental.
“Se eles se recusarem, estarão suscetíveis a multas ou prisão. Estas são leis pré-existentes que já estão nos livros. Elas não foram aplicadas”, afirmou. A declaração gerou preocupação entre organizações de direitos civis que alertam para o risco de violações de direitos humanos caso a medida seja aplicada de forma coercitiva.
A prefeita da capital federal, Muriel Bowser, que num primeiro momento manifestou estar “chocada” com a decisão, adotou um tom colaborativo. Na plataforma X, ela disse esperar o emprego da Guarda Nacional em propriedades federais como parques, monumentos e prédios públicos; e afirmou que está focada “em aproveitar ao máximo o apoio adicional de oficiais que temos”.

Pessoas em situação de rua serão deslocadas e podem sofrer multas e até prisão em caso de recusa
Tatiana Carlotti / Opera Mundi

Prefeitos reagem

Outras cidades administradas por governos democratas foram citadas por Trump. “Temos outras cidades também que são ruins”, citando os redutos democratas de Chicago, Los Angeles e Nova York. E então, é claro, você tem Baltimore e Oakland. Você nem os menciona mais, eles estão tão longe”, disse Trump a repórteres na segunda-feira (11/08).
Um dia depois, o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Stephen Miller, twittou que as estatísticas de crimes nessas cidades são falsas. “As taxas reais de crime, caos e disfunção são ordens de magnitude mais altas. Todo mundo que mora nessas áreas sabe disso”, afirmou.
The Guardian aponta que as cinco são administradas por prefeitos negros. Eles reagiram: Brandon Johnson, prefeito de Chicago, alertou que a presença da Guarda “só serviria para desestabilizar” a cidade; e Brandon Scott, de Baltimore, afirmou que Trump deveria “desligar a propaganda de direita e olhar para os fatos”.
Barbara Lee, prefeita de Oakland, classificou a medida como baseada no medo; e Karen Bass, de Los Angeles, a classificou como uma ação “performativa” e “uma façanha”.