Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O grupo rebelde sudanês Forças de Suporte Rápido (RSF, por sua sigla em inglês), anunciou nesta quinta-feira (06/11) que irá aceitar a proposta de cessar-fogo com o governo do Sudão, apresentada pelo grupo de mediadores conhecido como Quad, integrado por Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes e Estados Unidos.

Caso o acordo entre em vigor, será a primeira interrupção da guerra civil que teve início no Sudão em abril de 2023, e que já matou cerca de 150 mil pessoas e obrigou mais de 13 milhões a se deslocarem para fugir do conflito, segundo dados do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), ligado à Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo um porta-voz das RSF, o movimento aceitou participar de uma mesa de diálogo com representantes das Forças Armadas do Sudão e dos quatro países mediadores, na qual será assinado o acordo de trégua.

O encontro ainda não tem data marcada. Segundo o canal catari Al Jazeera, o diplomata norte-americano Massad Boulos, conselheiro sênior dos Estados Unidos para assuntos árabes e africanos, que atua como representante de Washington nas negociações sobre o Sudão, afirmou que o país espera que o cessar-fogo seja assinado ainda neste mês de novembro.

‘Trégua humanitária’

No mesmo comunicado desta quinta-feira, o porta-voz da RSF justifica a decisão argumentando que o grupo entende “a gravidade da situação na que se encontram muitos dos nossos compatriotas”.

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Por sua vez, o representante dos Estados Unidos disse que “o Sudão precisa de um período de trégua para lidar com as consequências humanitárias catastróficas da guerra”.

“Não registramos nenhuma objeção inicial de nenhum dos lados (RSF e governo do Sudão), e agora precisamos nos concentrando nos detalhes”, acrescentou o diplomata estadunidense.

Crimes de guerra

No entanto, a reportagem da Al Jazeera afirma que as autoridades do governo sudanês seriam contra uma possível anistia aos membros das RSF e sua reintegração à sociedade.

Outro tema que também levanta dúvidas é sobre como as violações aos direitos humanos cometidas por ambos os lados durante o conflito serão tratadas a nível internacional, já que o Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou na última segunda-feira (03/11) a abertura de uma nova investigação sobre casos de assassinatos em massa, estupros e desaparecimentos.

Com informações de Al Jazeera.