Governo Trump pode revisar embargos contra Cuba
De acordo com o jornal CubaHerald, fontes não oficiais confirmaram discussão preliminar de mudanças e até mesmo a suspensão de sanções que duram seis décadas
Uma mudança histórica na política externa dos Estados Unidos para Cuba começou a ser ventilada nos corredores de Washington. Fontes não oficiais confirmaram ao jornal CubaHerald que o governo Trump estaria considerando uma revisão completa do embargo econômico imposto a Cuba, com a possibilidade de suspender ou modificar parte das sanções que estão em vigor há mais de seis décadas.
A informação, ainda não confirmada oficialmente, estaria em fase preliminar de deliberação. Ela começou a circular entre assessores próximos ao presidente e figuras-chave do seu gabinete. Uma demonstração disso é o questionamento público do comentarista de direita Tucker Carlson sobre a eficácia das sanções contra o regime cubano.
“O mesmo regime continua no poder, continuando a minar os interesses dos EUA. Portanto, o que estamos fazendo não está funcionando. As sanções são realmente a solução? E se sim, como funcionaram até agora?”, afirmou Carslon, em vídeo que circulou nas redes sociais neste domingo (20/07).

“As sanções são realmente a solução?”, questionou Tucker Carlson em vídeo que circula nas redes sociais
Gage Skidmore / Flickr
Segundo CubaHerald, analistas interpretaram a fala como um sinal de abertura para reavaliar a postura norte-americana, podendo até servir como um balão de ensaio midiático antes de uma decisão executiva.
Resistência
A principal resistência às mudanças dentro do governo, aponta a reportagem, é de Marco Rubio, atual Secretário de Estado. Representante da linha anti-Havana da comunidade cubana exilada na Flórida, Rubio já teria manifestado oposição imediata à ideia, entretanto, ele se comprometeu a “estudar o alcance e os objetivos da proposta” antes de se posicionar de forma definitiva.
Recentemente, o vice-ministro das Relações Exteriores de Cuba (Minrex), Carlos Fernández de Cossio, apontou Rubio como a principal influência anticubana por trás do “Memorando dos Estados Unidos”, emitido em 30 de junho, contra o governo e o povo cubano. Ele poderia estar recebendo “pressões dos segmentos anticubanos que financiaram sua carreira, que o promoveram politicamente e o colocaram na (posição) em que está agora”, afirmou.
Para especialistas ouvidos pela publicação, qualquer mudança responderia mais a uma lógica pragmática do que ideológica. O objetivo é ampliar ferramentas diplomáticas e abrir novas oportunidades comerciais no Hemisfério Ocidental. Há anos, setores empresariais e parte da comunidade internacional, incluindo o Brasil, pedem o fim dos embargos contra a Ilha.
A reportagem acrescenta que eventuais alterações demandariam um complexo trâmite jurídico e político, tanto no Congresso quanto dentro do próprio Partido Republicano. Confira a íntegra no CubaHerald.























