Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (22/07) que irá se reunir nos próximos dias com Ghislaine Maxwell, socialite britânica e cúmplice do bilionário norte-americano Jeffrey Epstein no caso de tráfico sexual de menores.

A informação foi publicada na rede social X pelo vice-ministro da pasta, Todd Blanche, ao comentar uma nota divulgada pela titular, Pam Bondi.

Blanche declarou que a reunião foi convocada após o presidente dos EUA, Donald Trump, pedir ao Departamento de Justiça “para divulgar todas as evidências confiáveis” sobre o caso.

“Se Maxwell tiver informações sobre alguém que cometeu crimes contra as vítimas, o FBI e o Departamento de Justiça ouvirão o que ela tem a dizer”, disse Blanche.

Em detalhe, o representante do governo dos EUA disse que a reunião foi orientada pela procuradora-geral Bondi. Após a solicitação, ele entrou “em contato com o advogado de Maxwell para verificar se ela estaria disposta a falar com os promotores do Departamento”.

Possível cumplicidade de Trump

Ao comentar a futura reunião do Departamento de Justiça com a cúmplice do pedófilo Epstein, Trump disse considerar “o encontro apropriado”. Ele também chamou de “caça às bruxas” a procura daqueles que supostamente estariam ligados ao bilionário no crime.

Ghislaine Maxwell (à esquerda), Jeffrey Epstein (ao centro), e Bill Clinton (à direita), em 1993
Ralph Alswang, White House photographer/Wikicommons

No início do mês, o Departamento de Justiça e o FBI concluíram que não têm evidências de que Epstein chantageou figuras poderosas, manteve uma “lista de clientes” ou foi assassinado na prisão.

Bondi, por sua vez, reiterou que na “mais recente investigação aprofundada dos documentos conservados pelo FBI sobre o caso, não surgiu nenhuma evidência que justificasse uma investigação contra terceiros não indiciados”.

As declarações contrárias às investigação de pessoas que poderiam estar ligadas a Epstein decorrem após o Wall Street Journal revelar na última quinta-feira (17/07) a existência de uma carta obscena supostamente escrita por Trump ao bilionário.

A correspondência integra um álbum com outras mensagens escritas por diversos amigos para homenagear Epstein durante seu aniversário de 50 anos, em 2003. O álbum foi organizado justamente por Maxwell, condenada a 20 anos de prisão pelos crimes de pedofilia.

A carta, nunca apresentada até então, traz várias linhas de texto datilografado emolduradas pela silhueta de uma mulher nua, aparentemente desenhada à mão com uma caneta. Um par de pequenos arcos indica os seios femininos, enquanto a assinatura traz um “Donald” abaixo da cintura, fazendo referência aos pelos pubianos.

No texto, há um diálogo imaginário entre Trump e Epstein, onde o remetente reforça “como é maravilhoso ter um amigo verdadeiro”. Na última linha, lê-se: “Feliz aniversário, e que cada dia seja mais um segredo extraordinário”.

O chefe de Estado nega a veracidade do material. “Não fui eu. É falsa [a carta]. A matéria do Wall Street Journal [também] é falsa”, declarou o presidente, acrescentando que “nunca pintou um quadro em sua vida”.

Epstein, encontrado morto na prisão em 2019, foi acusado de comandar uma rede de exploração sexual e de abusar de mais de 250 menores de idade.

Além disso, mais de 180 nomes foram mencionados em documentos judiciais ligados a um processo aberto por Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras de Epstein, contra Maxwell, que também é ex-namorada do empresário.

As pessoas citadas por Epstein não necessariamente foram cúmplices em seus crimes, mas teriam sido chantageadas. Entre elas estavam nomes de peso, como Trump, e o ex-presidente dos EUA Bill Clinton, além do príncipe Andrew, do músico Michael Jackson, do astrofísico Stephen Hawking e do mágico David Copperfield.

(*) Com Ansa