Governo sírio abre diálogo nacional para elaborar nova Constituição no país
Coligação convocou comitê para 'construir nova identidade nacional'
Uma conferência de diálogo nacional será realizada nesta segunda-feira (24/02) e deve durar dois dias na Síria, país onde uma coalizão islâmica assumiu o poder depois de derrubar Bashar al-Assad. A informação foi passada por um dos membros do comitê preparatório à AFP no domingo (23/02). A conferência “começará na tarde de segunda-feira e continuará na terça-feira”, disse Hind Kabawat.
As novas autoridades sírias formaram, em meados de fevereiro, um comitê composto por sete pessoas, incluindo duas mulheres, responsável pela preparação desta “conferência de diálogo nacional” que supostamente representaria todos os sírios.
Durante uma coletiva de imprensa domingo em Damasco, noticiada pela agência oficial Sana, dois membros desta comissão preparatória afirmaram que o órgão realizou reuniões “em várias províncias sírias, com a participação de cerca de quatro mil homens e mulheres”.
Segundo o comitê, a conferência vai estar focada na “justiça transicional, na constituição, na reforma das instituições e da economia, na unidade do território sírio, bem como nas liberdades públicas e individuais e nas liberdades políticas”.
O grupo deve emitir recomendações “que servirão de base à declaração constitucional, à identidade econômica e ao plano de reforma institucional”, segundo a comissão.
A conferência representa “o primeiro passo num longo processo nacional que exige um trabalho coletivo contínuo para construir uma nova identidade nacional síria que preserve a paz civil e realize as aspirações do povo sírio”, continua o comitê.

أبو بكر السوري/Wikicommons
Conferência deve emitir recomendações “que servirão de base à declaração constitucional, à identidade econômica e ao plano de reforma institucional”
De acordo com o programa divulgado pelos convidados para a conferência, as reuniões de apresentação acontecerão na segunda-feira, mas os workshops terão início na terça-feira (25/02). Os participantes serão divididos em seis grupos para discutir as seis questões designadas.
Convidados residentes no exterior relataram que era impossível viajar para a Síria, pois o tempo entre o envio dos convites e a data da conferência era muito curto.
Uma coligação liderada pelo grupo radical islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS) assumiu o poder em 8 de dezembro em Damasco, e o seu líder, Ahmad al-Chareh, foi nomeado presidente em janeiro.
Um governo provisório é responsável pela gestão até 1 de março, data em que a Síria deve adotar um novo governo que reflita “a diversidade” do povo sírio, segundo as novas autoridades.
A administração autônoma curda que controla uma grande parte do nordeste da Síria manifestou preocupação pelo fato de o comitê ter sido constituído “a partir de um único espectro político e ideológico, o que mina o princípio da representação justa e inclusiva de todos os componentes do povo sírio”.























