Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O governo de Honduras, sob a Presidência de Xiomara Castro, denunciou ao Ministério Público do país, nesta terça-feira (22/10), uma suposta conspiração da oposição de direita para desestabilizar as eleições gerais, marcadas para 30 de novembro.

O representante do governo no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de Honduras, Marlon Ochoa, apresentou ao MP um plano que teria sido criado pelos partidos Nacional (PN) e Liberal (PL) para sabotar o dia eleitoral e gerar uma crise de legitimidade.

Ochoa, que é assessor do partido governista Partido Liberdade e Refundação (Libre) no CNE — que também abriga representantes do PN e PL — revelou ter entregue ao MP um pendrive contendo 24 gravações de áudio que comprovariam a conspiração.

Segundo ele, os registros incluem as vozes de um vereador membro do CNE e de um líder dos partidos de direita no Congresso Nacional (Parlamento). Contudo, omitiu os nomes dos acusados,.

Ochoa acrescentou que “vozes de membros ativos das Forças Armadas de Honduras estão sendo identificadas” nos áudios.

De acordo com a denúncia, a oposição tentaria deslegitimar a eleição e interferir no transporte de materiais eleitorais, e no sistema de transmissão de resultados preliminares.

Governo de Xiomara Castro denunciou tentativa de conspiração no MP de Honduras
Xiomara Castro de Zelaya/X

O representante também observou que o sistema de transmissão de resultados da CNE, que depende de canais privados como Tigo, Claro e Starlink, representa uma vulnerabilidade que pode ser explorada para manipular dados eleitorais.

Ochoa observou que a tentativa pode constituir a prática de crimes graves contra a segurança do Estado, a ordem pública, a segurança coletiva e o bom funcionamento das instituições democráticas.

Assim, o MP pode considerar o cometimento dos seguintes crimes: sedição, traição à pátria, associação ilícita, associação terrorista, formação de quadrilha, tráfico de influência, corrupção passiva, negociação incompatível, coação e ameaça eleitoral.

“Essas ações não são isoladas nem inócuas. Elas revelam um esforço conjunto entre atores com capacidade real de capturar etapas críticas do processo eleitoral”, declarou, acusando o PL e o PN de terem um histórico de fraude eleitoral, em 2013 e 2017, e no golpe de Estado de 2009.

Assim, pediu ao Procurador-Geral da República, Johel Zelaya, que inicie “imediatamente” uma investigação para identificar e punir os responsáveis pelo plano. Também exigiu a adoção de medidas necessárias para impedir “a consumação deste ataque à democracia hondurenha”.

“Aqui, diante do povo hondurenho, eu digo: vocês não passarão; nós derrotaremos essa conspiração”, concluiu.

Em 30 de novembro, a população hondurenha deve escolher um novo presidente, 128 deputados e 20 membros para o Parlamento Centro-Americano (Parlacen) — uma espécie de fórum cujo objetivo é integrar os países centro-americanos: Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Panamá e República Dominicana a partir da eleição de uma cota de deputados de cada nação.

(*) Com Prensa Latina, TeleSUR e informações de La Tribuna