Governo Arce atuou para impedir candidatura de Evo na Bolívia, diz jornal

Uma reportagem publicada pelo Diário Red, da Bolívia, traz indícios de as duas sentenças que impediram a candidatura de Evo Morales às eleições presidenciais deste ano no país foram redigidas em um computador do Ministério da Justiça.

Os documentos teriam sido produzidos em 12 de março deste ano, porém, foram divulgados meses depois: um deles em maio, pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) e o outro em junho, pela Corte Constitucional Plurinacional da Bolívia, que formam parte do Poder Judiciário.

A reportagem também exibe prints dos arquivos telefônicos do então ministro da Justiça, César Siles, que mostram como ele manteve uma troca fluida de documentos e de depósitos em dinheiro com o magistrado Tahuichi Quispe, um dos ministros do TSE boliviano.

Os prints apresentam uma rede de manipulação judicial orquestrada por Siles que teriam movimentado pelo menos US$ 200 mil dólares, incluindo algumas transferências que teriam sido realizadas por uma conta em nome da primeira-dama da Bolívia, Lourdes Durán Romero, atual esposa do presidente Luis Arce.

Evo Morales e Luis Arce estarão fora da disputa presidencial na Bolívia este ano
EJU TV

Ministro preso

Vale recordar que, semanas depois dos acontecimentos registrados na reportagem, Siles se tornou pivô do mais recente escândalo político na Bolívia.

Em 14 de junho, Siles renunciou ao cargo de ministro da Justiça diante de outras acusações de manipulação de ações judiciais.

Dias depois, em 21 de junho, ele foi preso devido a duas denúncias: tentativa de coação, e posteriormente de remoção da magistrada Fanny Coaquira, do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) boliviano.

As decisões do TSE e da Corte Constitucional, que impedem a candidatura presidencial de Evo Morales (ex-presidente que governou a Bolívia entre 2006 e 2019) seguem vigentes.

O primeiro turno das eleições presidenciais da Bolívia está marcado para o dia 17 de agosto. Caso seja necessário um segundo turno, ele acontecerá em 19 de outubro. O atual presidente, Luis Arce, que governa desde 2020, tampouco será candidato, já que abriu mão de disputar a reeleição.

Com informações de Diário Red.