Funcionários do Starbucks iniciam greve com ‘dia do copo vermelho’ nos EUA
Sindicato dos trabalhadores exige que empresa dê contratos aos novos empregados e que haja readequação de salários
Mais de mil baristas da tradicional rede de cafés norte-americana Starbucks iniciaram nesta quinta-feira (13/11) uma greve sem previsão de término, em mais de 40 cidades dos Estados Unidos. O motivo por trás da paralisação é a negação por parte da empresa de permitir a sindicalização dos funcionários.
As manifestações foram planejadas para ocorrer no tradicional “dia do copo vermelho”, evento anual da empresa que oferece copos reutilizáveis na compra de uma bebida natalina temática, o início do evento marca a era mais lucrativa para o setor de vendas norte-americano.
As manifestações estão ocorrendo nas cidades de Nova York, Filadélfia, Chicago, Columbus e Anaheim. Segundo o jornal britânico The Guardian, os organizadores planejam expandir a greve para mais locais caso a manifestação se prolongue.
O intuito principal por parte dos funcionários é que os clientes da rede façam parte da campanha “sem contrato, sem café”, evitando o consumo da bebida na cafeteria.
Dias atrás, o sindicato Starbucks Workers United anunciou que 92% dos trabalhadores votaram a favor da greve. Nos últimos meses, o sindicato exigiu que os gerentes das franquias refletissem sobre novas propostas para aprimorar o quadro de funcionários e salários, e que a rede de cafeterias solucionasse as denúncias de irregularidades trabalhistas apresentadas pelos colaboradores durante a campanha de sindicalização.
Ao The Guardian, a barista Jasmine Leli afirmou que os funcionários “não receberam propostas concretas para finalizar este contrato desde o anúncio da votação que autorizou a greve”.
A Starbucks informou por meio de comunicado que está “decepcionada” com a escolha do sindicato Workers United de optar pela greve ao invés de continuar com as negociações, mas disse que suas lojas não seriam afetadas pela paralisação. Além disso, a empresa é acusada pelos sindicalistas de “obstruir” as negociações.

92% dos funcionários concordaram com a greve
X / @SBWorkersUnited
Inflação do café
A rede de cafeterias está se esforçando para atrair seu público novamente, buscando reverter a situação econômica de suas lojas no país. Em setembro deste ano, o Starbucks anunciou planos para fechar mais de 100 estabelecimentos e a demissão de cerca de 900 funcionários.
A empresa também afirmou que suas vendas nos Estados Unidos caíram pelo sexto trimestre consecutivo, por conta da alta inflação, fazendo com que os consumidores estejam pensando cada vez mais antes de comprar seus cafés superfaturados.
As negociações entre empresa e sindicato estagnaram após Brian Niccol assumir o cargo de CEO em setembro do ano passado. O recente diretor tentou consertar o déficit econômico da marca, porém deixou de lado os funcionários que “interagem com a empresa diariamente” , declarou o sindicato.
O ex-secretário do Trabalho dos Estados Unidos, Robert Reich, afirmou nesta quinta-feira (13/11),na rede social X, que Niccol lucrou “6.666 vezes mais” do que se comparado a um “funcionário mediano da empresa em 2024”.
“E querem que acreditemos que a Starbucks não tem condições de negociar um contrato justo com seus funcionários sindicalizados?”, questionou Reich.























