FBI faz busca na casa de John Bolton; Trump chama ex-conselheiro de 'desprezível'
Fontes ouvidas pelo NYT afirmam que trata-se de uma investigação sobre a posse de informações sigilosas
O FBI realizou na manhã desta sexta-feira (22/08) uma operação de busca na residência de John Bolton, ex-assessor de segurança nacional de Donald Trump e atualmente um ferrenho crítico do presidente dos Estados Unidos. A ação ocorreu em Maryland, região de Washington e faz parte de uma investigação sobre a posse de informações sigilosas, segundo fontes ouvidas pelo The New York Times.
Até o momento, o FBI e o Departamento de Justiça não divulgaram detalhes sobre a investigação. Bolton não foi detido nem acusado formalmente de qualquer crime. De acordo com a imprensa norte-americana, a operação começou por volta das 7h da manhã (horário local) e foi inicialmente noticiada pelo New York Post. A CNN informou que Bolton não estava em casa no momento da busca. Ele disse ao veículo que desconhecia a operação e que estava buscando entender seus motivos.
Questionado sobre ocorrido pelos repórteres, Trump disse que não havia sido informado sobre a operação do FBI. “Não sou fã de John Bolton. Ele é realmente um tipo desprezível”, afirmou. “Não é um cara inteligente. Mas pode ser muito antipatriota. Vou descobrir”, acrescentou.
Trump afirmou que aguarda detalhes do Departamento de Justiça e reiterou seu desconhecimento sobre o caso: “eu digo ao grupo que não quero saber, mas vocês têm que fazer o que têm que fazer. Eu não quero saber disso”.
Na plataforma X, o diretor do FBI, Kash Patel, publicou uma mensagem pela manhã: “ninguém está acima da lei… agentes do FBI em missão”. O texto foi repostado pelo vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, e pelo vice-diretor do FBI, Dan Bongino, que acrescentou: “a corrupção pública não será tolerada”.
Críticas a Trump
Bolton serviu como assessor de segurança nacional de Trump por 17 meses no primeiro mandato do republicano. O período foi marcado por atritos entre ambos sobre questões relativas ao Irã, Afeganistão e Coreia do Norte. A Casa Branca tentou, sem sucesso, barrar a publicação de seu livro The Room Where It Happened, lançado em 2020. Nele, Bolton acusa Trump de condutas passíveis de impeachment e de pedir ajuda da China para sua reeleição.
Ao retornar à Casa Branca neste ano, Trump revogou as autorizações de segurança de mais de 50 ex-dirigentes de inteligência, entre elas a de Bolton, e retirou as equipes de segurança de ex-integrantes do governo, incluindo a do antigo conselheiro.

FBI faz busca na casa de John Bolton, ex-conselheiro de Trump
Gage Skidmore/ Flickr
Nos últimos meses, em forte posição anti-russa Bolton endureceu as críticas à condução da guerra na Ucrânia pelo republicano. Na última sexta-feira (15/08), após o encontro entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin, no Alasca, ele escreveu nas redes sociais: “está claro que Putin conseguiu convencer Trump a abandonar pontos inegociáveis de Zelensky, como as garantias de segurança”.
Nesta quinta-feira (21/08), reiterou na plataforma X: “o treinamento da KGB e a campanha de bajulação de Putin estão funcionando contra Trump”; e nesta manhã, disse que “as reuniões continuarão porque Trump quer um Prêmio Nobel da Paz, mas não vejo nenhum progresso nelas”.























