Ex-presidente da Coreia do Sul é preso pela segunda vez por decreto da lei marcial
Tribunal de Seul prendeu Yoon Suk Yeol para impedir 'destruição de provas', no âmbito de um inquérito aberto após posse de Lee Jae Myung
O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, voltou a ser preso na madrugada desta quinta-feira (10/07), pelo horário local, sob a acusação de “risco de destruição de provas”. A detenção foi resultado de uma investigação independente sobre a sua tentativa de promover um golpe de Estado ao impor a lei marcial, em 3 de dezembro de 2024.
O Tribunal Distrital de Seul aprovou o mandado de prisão no âmbito de uma investigação iniciada depois que o presidente Lee Jae Myung tomou posse, em junho. Na nova gestão de esquerda, foram nomeados promotores especiais que iniciaram um inquérito sem envolvimento do governo.
No documento apresentado,, os investigadores revelaram ter obtido gravações de áudio em que Yoon ordenava os militares sul-coreanos a lançar drones contra a Coreia do Norte, dois meses antes da tentativa de golpe. Segundo o inquérito, o episódio seria parte de seu plano para provocar uma retaliação de Pyongyang e, assim, justificar a imposição da lei marcial no país.
De acordo com a reportagem do jornal The Korea Times, Yoon também tentou enganar a imprensa internacional ao alegar que a decretação da lei marcial era legalizada pela Constituição sul-coreana.
Conforme as apurações, o fracasso da lei marcial provocou uma repercussão global, obrigando o ex-mandatário a realizar uma ligação emergencial ao então secretário presidencial de Relações Públicas estrangeiras, Ha Tae Won, quem foi ordenado a manipular as diretrizes de orientação de cobertura aos correspondentes, retratando a lei marcial na Coreia do Sul como constitucionalmente fundamentada e legalizada.

Ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol é preso novamente
Arlington National Cemetery
Preso pela segunda vez
Após ser detido em janeiro, acusado de insurreição, Yoon conseguiu a liberdade dois meses depois, em março, após promotores desistirem de recorrer de uma decisão judicial que suspendeu o mandado de prisão.
Na ocasião, a equipe jurídica do ultradireitista argumentou que o indiciamento de seu cliente ocorreu em 26 de janeiro, ou seja, um dia após o término de seu período legal de detenção e que, portanto, sua continuidade deveria ser considerada inválida.
Em abril, o Tribunal Constitucional da Coreia do Sul determinou o impeachment do ex-presidente, por uma decisão unânime, pela tentativa de decretar a lei marcial no país. Com a decisão, o político tornou-se o primeiro chefe de Estado em exercício a ser destituído do cargo.
(*) Com Ansa























