Sábado, 6 de dezembro de 2025
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No aniversário de 31 anos do ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em Buenos Aires, Claudio Lifschitz, ex-agente da Polícia Federal argentina revelou que a própria inteligência do país estava envolvida no ataque e que “nunca houve provas reais contra o Irã”. A informação é da HispanTV.

De acordo com o ex-membro da inteligência da PF argentina, a investigação da época sofreu “manipulações para culpar falsamente funcionários iranianos”.

Segundo o canal iraniano em língua espanhola, as revelações de Lifschitz são “dados explosivos” que “desmontam a ligação do Irã” com o ataque.

Segundo Lifschitz, os setores de inteligência da Argentina estavam envolvidos no encobrimento da investigação a fim de culpar Tereã pelo caso.

Citado pela HispanTV, Lifschitz ainda declarou que a Justiça Argentina deve “esclarecer a verdade, reafirmando o compromisso com a paz e a cooperação internacional”.

Investigação foi influenciada pelo sionismo, denuncia Irã

Em 18 de julho de 1994, a AMIA foi alvo de um ataque com bombas que deixou 85 mortos. Pela oposição ao governo sionista de Israel, o Irã foi apontado como o culpado pelo ataque e teve decisões judiciais tomadas contra seus cidadãos, mas rejeitou por todos estes anos as acusações.

Em comunicado referente aos 31 anos do ataque, o Ministério das Relações Exteriores da República Islâmica do Irã rejeitou novamente as acusações argentinas, classificando-as como “infundadas”.

Teerã lembrou que a investigação percorreu “um caminho equivocado por elementos afiliados ao regime sionista”, segundo o comunicado citado pela agência de notícia IRNA.

Mural da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em memória às vítimas do ataque
Nbelohlavek/Wikicommons

A chancelaria ainda lembrou que tal “desvio” levou a consequências, como o rompimento das relações diplomáticas entre os dois países.

O Ministério das Relações Exteriores iraniano ainda condenou “qualquer ato de terrorismo, independentemente de onde ou por quem seja cometido”.

Também enfatizou sobre a necessidade de uma “investigação transparente sobre o incidente suspeito, fundamentada nos princípios de um julgamento justo”.

O Irã ainda pediu “a identificação dos verdadeiros cérebros e perpetradores da explosão, a descoberta da verdade e o estabelecimento da justiça”.

Em concordância com as revelações de Lifschitz, o governo iraniano denunciou que mudanças recorrentes na equipe judicial, revelações de corrupção, renúncias de juízes e até mesmo tentativas de assassinato contra eles, foram tentativas de “afastar o sistema judicial argentino de uma investigação transparente e justa”.

“Isso visa proteger os verdadeiros perpetradores e mentores da explosão”, acusou.