Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, utilizou suas redes sociais para expressar seu repúdio ao desarquivamento do processo em que ele é acusado pelo suposto estupro de uma menor de 15 anos.

O caso teria ocorrido no ano de 2015 e foi levado a Justiça em 2020, durante a ditadura de Jeanine Áñez, mas acabou sendo arquivado naquele mesmo ano, por falta de provas. Contudo, a partir de uma decisão tomada recentemente pelo ministro da Justiça, César Siles, a investigação judicial foi reaberta.

“Ao reabrir um caso encerrado e utilizado pelo governo de facto de Añez, violando as leis nacionais, a Constituição e o Direito Internacional, o governo de Luis Arce está forçando um processo penal. Ao inventarem acusações e desvirtuarem as leis, com a cumplicidade dos assassinos da Justiça, pretendem prender-nos e acabar com as nossas vidas”, reclama Morales.

O ex-mandatário completou sua mensagem dizendo que “o objetivo é decapitar o movimento popular boliviano”.

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“Tudo é produto do desespero do governo, que não tem resposta para a crise e não tem possibilidade eleitoral. Esta é mais uma prova de que este é um governo de direita, que faz de tudo para cumprir o mandato da Casa Branca”, concluiu.

Prisão de pai da suposta vítima

A Polícia Boliviana anunciou nesta sexta-feira (11/10) a prisão do pai da suposta vítima do caso de estupro que envolve o ex-presidente Evo Morales. A informação foi confirmada pelo comandante-geral da instituição, Álvaro José Álvarez.

Prensa Latina
Evo Morales acusou governo de Luis Arce de estar por trás de desarquivamento de caso judicial contra ele

Segundo o jornal El Deber, a detenção do pai da suposta vítima foi determinada após o não comparecimento do mesmo a uma audiência convocada pelo Tribunal de Justiça de Tarija, onde o processo está tramitando atualmente.

A Promotoria de Tarija afirma que os pais da suposta vítima teriam “negociado” os favores sexuais da filha em troca de supostos benefícios políticos, como a indicação de um membro da família para cargos políticos dentro do partido Movimento Ao Socialismo (MAS).

O jornal boliviano salienta que a ausência do pai pode ser usada contra Morales, já que o ex-presidente também não compareceu à audiência a qual foi convocado para prestar seu depoimento.

Os advogados de defesa do ex-presidente alegam que ele faltou à sessão porque a tramitação do caso no Tribunal de Tarija, cidade onde vivem a suposta vítima e seus pais, é uma violação do processo e que a causa deveria ser analisada pelo Tribunal de Villa Tunari, onde mora Evo Morales.

A jurista Cecilia Urquieta, que lidera a equipe jurídica do ex-mandatário, afirma que “há uma sentença judicial estabelecendo que o processo não pode tramitar em Tarija, porque segundo o nosso ordenamento jurídico, os processos devem transcorrer na região onde vive a pessoa processada, que no caso não é em Tarija. Todos sabemos onde mora a pessoa que está sendo processada”.

 

Com informações do El Deber.