Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales Ayma, afirmou nesta quinta-feira (01/06) que “a luta pela soberania e dignidade da América Latina deve ser coerente e consistente”, depois de rejeitar as declarações do presidente do Chile, Gabriel Boric, sobre a Venezuela. 

Por meio das redes sociais, Morales disse que “sente muito pelas ações do irmão presidente do Chile, Gabriel Boric, que esquece a vocação anti-imperialista de Salvador Allende [ex-presidente do Chile deposto pela ditadura de Pinochet] e repete os ataques de Donald Trump contra o povo da Venezuela”.

Durante a cúpula dos líderes da América do Sul em Brasília, na última terça-feira (30/05) Boric expressou que a situação dos direitos humanos na Venezuela não é uma “construção narrativa”, mas uma “realidade séria”, que ele pessoalmente apreciou “nos olhos e na dor de centenas de milhares de venezuelanos que estão hoje no Chile e que também exigem uma posição firme e clara”.

Sua posição só foi apoiada pelo presidente uruguaio de centro-direita, Luis Lacalle Pou, que pediu aos chefes de Estado sul-americanos “que não cubram o sol com um dedo” sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela.

Ex-presidente da Bolívia critica declarações de mandatário chileno durante cúpula de líderes da América do Sul

Twitter/Evo Morales Ayma

Morales afirmou que "luta pela soberania e dignidade da América Latina deve ser coerente e consistente"

Ao intervir, o presidente venezulano, Nicolás Maduro, recusou-se a responder a ambas as abordagens em respeito ao encontro, no qual respirou “um espírito renovado de integração sul-americana”. “Deixe a história responder, deixe a verdade responder”, disse ele.

Além disso, ele assegurou que as narrativas hegemônicas sobre a Venezuela foram construídas “com o poder mais brutal que já se exerceu contra um país”. 

Ele lembrou que as administrações dos Estados Unidos impuseram mais de 900 medidas coercitivas unilaterais para implodir a economia venezuelana, e provocando a violência interna, tudo acompanhado de tentativas de assassinato, ameaças de invasão militar e o uso do poder político e maquinaria diplomática para isolar seu país.

Maduro também exortou a “abrir uma nova etapa com tolerância, respeito e diálogo permanente, a partir de uma postura de estadistas, identificando os temas prioritários da região e tendo uma agenda de trabalho permanente”. 

O líder da Venezuela destacou que o mundo “está passando por mudanças rápidas, uma nova geopolítica está surgindo e o declínio dos EUA se aprofunda”, alertando que a América do Sul e a Unasul “podem ficar para trás se a desunião, os preconceitos e a extrema ideologização das relações entre países prevalecer”.

(*) Com TeleSUR