EUA realizam novos ataques letais no Caribe durante cúpula da Celac
Operações 'execuções extrajudiciais' ocorreram enquanto Maduro alertava para retorno da Doutrina Monroe na região; seis pessoas morreram, segundo secretário de Guerra
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, informou nesta segunda-feira (10/11) que, no domingo (09/11), por ordem do presidente Donald Trump, foram realizados “dois ataques cinéticos letais” contra supostos barcos de tráfico de drogas no Pacífico Oriental. A ação ocorreu durante a IV Cúpula entre a organização e a União Europeia (UE), onde os países latino-americanos discutiram na Colômbia sobre as eventuais agressões à região.
Segundo o funcionário, sem apresentar qualquer prova, as duas embarcações eram operadas por “organizações terroristas” sancionadas pelos EUA. Ele também especificou que essas ações deixaram pelo menos seis mortos, enquanto isso, “nenhum membro das forças norte-americanas ficou ferido”.
“De acordo com nossos serviços de inteligência, sabia-se que essas embarcações estavam envolvidas no contrabando de drogas ilícitas, transportavam narcóticos e transitavam por uma rota conhecida de tráfico de drogas no Pacífico Oriental”, escreveu Hegseth em sua conta no X.
O Secretário da Guerra indicou, sem dar detalhes específicos sobre o local onde os ataques ocorreram, que eles “foram realizados em águas internacionais”. “Sob a liderança do presidente Trump, estamos protegendo a pátria e eliminando esses terroristas dos cartéis que querem prejudicar nosso país e seu povo”, disse Hegseth.
Esses ataques somam-se a outros realizados por Washington nos últimos meses contra pequenas embarcações no Caribe e no Pacífico, como parte de uma suposta campanha contra o narcotráfico.
Yesterday, at the direction of President Trump, two lethal kinetic strikes were conducted on two vessels operated by Designated Terrorist Organizations.
These vessels were known by our intelligence to be associated with illicit narcotics smuggling, were carrying narcotics, and… pic.twitter.com/ocUoGzwwDO
— Secretary of War Pete Hegseth (@SecWar) November 10, 2025
As operações foram descritas por organizações de direitos humanos e especialistas em direito internacional como “execuções extrajudiciais”, argumentando que são realizadas sem julgamentos, sem supervisão judicial e fora de qualquer mandato das Nações Unidas (ONU).
Maduro alerta para ‘ressurgimento da Doutrina Monroe’
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, alertou no domingo (09/11) contra o “ressurgimento” da Doutrina Monroe, com a qual os Estados Unidos buscam forçar “mudanças de regime” em países da América Latina para se apropriar de suas “imensas riquezas e recursos naturais”.
“Diante de uma demonstração de força desta magnitude, não há espaço para meias medidas”, afirmou o presidente, alertando que “a soberania dos Estados e a livre autodeterminação dos povos” estão atualmente “em jogo”. A este respeito, enfatizou que Caracas “não aceita e não aceitará qualquer forma de tutela”.
Em mensagem dirigida aos líderes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) por ocasião da IV Cúpula entre a organização e a União Europeia (UE), realizada na cidade colombiana de Santa Marta, o presidente venezuelano rejeita o destacamento militar dos EUA no Mar do Caribe, realizado sob o pretexto de “segurança” e “combate ao crime”, e que implica em “execuções”, violação do “direito internacional” e “desrespeito à vida humana”.























