EUA e China encerram negociações sobre tarifas sem acordos
Delegações reunidas na Suécia apenas sinalizaram possível extensão da pausa mútua dos aumentos tarifários, que seria encerrada em 12 de agosto
As delegações dos Estados Unidos e da China concluíram nesta terça-feira (29/07) o segundo e último dia de negociações sobre tarifas e comércio, iniciadas na última segunda-feira (28/07) em Estocolmo, na Suécia.
Apesar de não terem chegado a um acordo, as delegações concordaram em “continuar a promover extensão da pausa” da guerra tarifária, ou seja, em prorrogar a suspensão mútua dos aumentos tarifários: as taxas de 24% impostas por Washington e as respectivas respostas chinesas. A pausa em vigor terminaria em 12 de agosto.
O anúncio foi feito pelo enviado comercial de Pequim, Li Chenggang, em declaração citada pelo jornal South China Morning Post. Contudo, a declaração oficial e seus respectivos detalhes, como a duração desta nova pausa, ainda não foram divulgados.
Segundo Li, as conversas durante a terceira rodada de consultas comerciais de alto nível entre os dois países “foram francas, construtivas e completas”.
“Ambos os lados estão plenamente cientes da importância de proteger as relações econômicas estáveis e sólidas entre China e EUA. Aconteceram [em Estocolmo] trocas francas sobre importantes questões comerciais e econômicas mútuas”, disse a autoridade chinesa.

Trump classificou negociações como “reunião muito boa com a equipe comercial chinesa”
Official White House Photo by Joyce N. Boghosian
Já o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, falou que a extensão da trégua tarifária com a China “requer primeiro discussões” com o presidente norte-americano, Donald Trump.
O enviado do governo republicano não descartou a hipótese de uma nova cúpula entre ambas as delegações, mas garantiu que os negociadores não discutiram um possível encontro entre Trump e seu homólogo chinês, Xi Jinping.
Por sua vez, o presidente dos EUA confirmou ter conversado com Bessent ao final das negociações e classificou o encontro como uma “reunião muito boa com a equipe comercial chinesa”.
Contexto
O atual impasse entre os EUA e a China tem raízes na guerra comercial iniciada por Trump durante seu segundo mandato. Em fevereiro, o republicano determinou a aplicação de tarifas de 10% sobre todos os produtos chineses importados, elevando esse percentual para 20% em março. A China respondeu com medidas equivalentes, desencadeando uma escalada que levou os EUA a taxarem produtos chineses em até 145%, enquanto Pequim impôs tarifas de até 125% sobre as exportações norte-americanas.
No entanto, em maio, as duas potências concordaram em reduzir as tarifas para 10% por um período inicial de 90 dias, a partir do dia 14 daquele mês. Com isso, as importações norte-americanas de produtos chineses passaram a ser tarifadas em 30%, enquanto os EUA enfrentam uma alíquota de 10% sobre os bens exportados para a China.
(*) Com Ansa, Brasil247 e informações de The Guardian























