Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Um alto funcionário do Pentágono, Pete Hegseth, confirmou nesta sexta-feira (24/10) um novo ataque a uma embarcação em águas internacionais da região do Caribe. Segundo ele, sem evidências, seis “narcoterroristas” estavam a bordo do barco e nenhum sobreviveu ao ataque.

A ação ocorreu após o presidente venezuelano Nicolás Maduro pedir em inglês que não haja uma “guerra maluca” na região e que a “Venezuela quer paz”. “‘Yes peace, yes peace, forever, peace forever. No crazy war!’ Não à guerra louca! ‘No crazy war!'”, ele declarou durante uma assembleia com sindicatos associados ao chavismo ao enviar uma mensagem aos trabalhadores dos Estados Unidos.

“A embarcação, segundo nosso serviço de inteligência, estava envolvida no contrabando ilícito de narcóticos, transitava por uma rota conhecida de narcotráfico e transportava entorpecentes”, escreveu Hegseth no X.

Ele acrescentou: “Seis narcoterroristas homens estavam a bordo do navio durante o ataque, que foi realizado em águas internacionais – e foi o primeiro da noite. Todos os seis terroristas foram mortos e nenhuma força americana ficou ferida neste ataque”.

Hegseth enfatizou que a operação letal foi ordenada pelo então presidente dos EUA, Donald Trump. A tripulação do navio era masculina, e o bombardeio, sobre o qual não foram fornecidos mais detalhes, teria sido realizado “em águas internacionais”.

“Foi o primeiro ataque noturno. Todos os seis terroristas foram mortos e nenhuma força americana ficou ferida neste ataque. Se você é um narcoterrorista traficando drogas em nosso hemisfério, nós o trataremos como tratamos a Al-Qaeda. Dia ou noite, mapearemos suas redes, rastrearemos seus homens, caçaremos você e o mataremos”, disse Hegseth.

Até o momento, a identidade da maioria das vítimas das operações letais consideradas sem precedentes dos EUA para a suposta interdição de drogas permanece desconhecida , o que gerou alarmes em organizações internacionais. Para especialistas da ONU, esses atentados são desproporcionais, pois constituem “execuções extrajudiciais” em violação ao direito internacional.

Por enquanto, além das declarações de Trump ou de seus porta-vozes, o protocolo usado pelo governo americano para determinar que os indivíduos assassinados eram “narcoterroristas” é desconhecido, assim como a localização dos alvos ou as supretas apreensões de drogas. As únicas “evidências” são vídeos nas redes sociais.

Agressões dos EUA no Caribe

Trump havia anunciado o que foi apresentado como o primeiro ataque a um barco em 3 de setembro, divulgando um breve vídeo do ataque. Desde então, os ataques se intensificaram. Na última terça-feira (21/10), duas pessoas morreram em uma ação; já na quarta-feira (22/10), outras três foram mortas.

Os Estados Unidos realizaram aproximadamente nove operações semelhantes nas últimas semanas, desde que enviaram unidades militares para o Mar do Caribe, na costa da Venezuela, sob o pretexto de combater o narcotráfico. O número de mortos nessas operações ultrapassa 30 pessoas.

Autoridades da Casa Branca também tentaram justificar os ataques interna e externamente, alegando que Trump estava exercendo seus poderes sob o artigo 2 da Constituição dos EUA, que permite ao presidente usar força militar em legítima defesa ou em combates limitados.