Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Justiça dos Estados Unidos autorizou nesta quinta-feira (24/07), Ryan Routh, acusado de tentativa de assassinato contra o presidente norte-americano, Donald Trump, no ano passado, de ser seu próprio representante durante o julgamento.

A decisão foi anunciada pela juíza distrital Aileen Cannon como resposta ao pedido de Routh para se auto representar durante o processo. O acusado afirmou ter dois anos de faculdade após a obtenção do diploma do ensino médio e disse ter capacidade de exercer sua defesa no tribunal.

O anúncio vem após os próprios advogados de Routh solicitarem o afastamento do caso mediante a resistência do acusado em se reunir com eles.

“O Sr. Routh já recusou seis tentativas de membros do nosso escritório/da equipe de defesa para uma reunião. Como resultado, o advogado abaixo assinado alega que a relação advogado-cliente está irremediavelmente rompida. É evidente que o Sr. Routh deseja se representar, e ele está dentro de seus direitos constitucionais para fazer tal exigência”, escreveram os advogados em um documento na última quarta-feira (23/07).

Anteriormente à permissão, Cannon disse a Routh que seus advogados nomeados pelo tribunal o defenderiam “muito melhor” do que ele mesmo, recomendando “fortemente” que não tomasse tal decisão, segundo a FoxNews.

Contudo, Cannon decidiu se auto representar inclusive após escrever uma carta à Justiça dos Estados Unidos questionando porque pena de morte não era considerada para o seu caso. No mesmo documento, sugeriu inclusive que cumprisse sua sentença em uma troca de prisioneiros.

“Por que a pena de morte não é permitida? Com quase 60 anos, uma vida de nada sem amor – qual o sentido? Por que não é tudo ou nada?”, escreveu Routh.

Já na parte que sugere ser trocado, diz: “eu desejava uma troca de prisioneiros com o Hamas, o Irã… ou a China, ou morrer congelado na Sibéria em troca de um soldado ucraniano… para que eu pudesse morrer sendo útil e evitar toda essa confusão judicial”.

Tentativa de assassinato ocorreu enquanto Trump jogava golfe na Flórida
Wikimedia Commons

Por fim, disse ser “ridículo” ter advogados que não o conhecem, e reiterou seu desejo de se defender. “Eles não querem o caso e eu não quero mais ouvir o quão horrível eu sou – posso me culpar; não preciso de ajuda”, acrescentou.

Com a insistência do acusado, advogados nomeados pelo tribunal devem permanecer como advogados de apoio, segundo a autoridade.

Julgamento

Agora, o julgamento deve ser iniciado em 8 de setembro, quase um ano após ser formalmente acusado pela tentativa de assassinato contra Trump, em West Palm Beach, na Flórida.

Em meio às investigações, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou que Routh escreveu uma carta a um amigo na qual contava sua intenção de matar o republicano. A correspondência foi encontrada em uma caixa na casa de uma pessoa próxima ao suspeito e que entregou todo o material após sua prisão.

“Esta é uma tentativa de assassinato de Donald Trump, mas eu falhei”, diz o bilhete escrito por Routh, que foi detido logo após o cano de seu fuzil AK-47 ter sido avistado por um agente do Serviço Secreto em um clube de golfe no momento em que o candidato estava no local. Ele não chegou a disparar.

“Eu tentei o meu melhor e dei toda a coragem que pude reunir. Agora cabe a você terminar o trabalho; e eu oferecerei US$ 150 mil [cerca de R$ 832 mil] a quem puder concluir o trabalho”, acrescentava a carta, de acordo com o Departamento de Justiça.

Routh havia sido formalmente acusado de crimes federais ligados a armas de fogo, cuja pena pode chegar a 20 anos de prisão.

(*) Com ANSA e informações de La Jornada.