Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

Um novo protesto do movimento Geração Z no México foi realizado com baixa mobilização e participação popular nesta quarta-feira (20/11).

Segundo o jornal mexicano La Jornada, cerca de 100 pessoas participaram da segunda marcha do movimento. O grupo foi composto por adultos e idosos que se identificam como “pais da Geração Z”.

A mobilização partiu do monumento do Anjo da Independência, no centro da Cidade do México, com apenas 20 manifestantes, até a rotatória Amajac, localizada na Avenida Paseo de la Reforma.

Após percorrerem o trajeto que tem uma distância de quatro quilômetros, agentes da Secretaria de Segurança Cidadã da Cidade do México bloquearam a manifestação. De acordo com a imprensa local, o grupo solicitou permissão para avançar a marcha até o Zócalo, como é conhecida a Praça da Constituição do México, principal praça da cidade.

Durante o protesto, manifestantes entoaram slogans contra o partido governista no México, o Movimento Regeneração Nacional (Morena) e cantaram o Hino Nacional.

O La Jornada registrou que uma das manifestantes disse estar presente no protesto para “defender seus filhos”. “Se tivéssemos um governo como o de [Nayib] Bukele [presidente de extrema direita de El Salvador], haveria remédios aqui”, declarou a mulher.

Outra participante exibia uma placa que dizia “SOS EUA”, referindo-se a um pedido de ajuda vindo dos Estados Unidos para o México.

Segundo os integrantes, não houve grande participação popular “porque as pessoas estão trabalhando”. O La Jornada registrou que o número de jornalistas e vendedores ambulantes no local era quase o dobro dos manifestantes.

Primeira mobilização da Geração Z no México deixou 20 presos e 120 feridos
Generación Z México

“A ausência de manifestantes não impediu que uma dúzia de vendedores chegasse na hora marcada, oferecendo bandeiras com a imagem do mangá One Piece, chapéus com laços pretos e bandeiras mexicanas com o rosto de Carlos Manzo”, escreveu o periódico, em referência à bandeira do desenho japonês que virou ícone nas manifestações da Geração Z no México e no Nepal, mas também ao deputado mexicano assassinado no início de novembro.

Por outro lado, outra mobilização do movimento estava marcada para acontecer a partir das 9h (12h no horário de Brasília) na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). Contudo, nenhuma pessoa compareceu ao ato.

“A imprensa chegou a partir das 8h30 (11h30 em Brasília), aguardando a chegada dos manifestantes, mas nenhum grupo se reuniu até às 11h (14h em Brasília)”, escreveu o La Jornada.

A nova tentativa de mobilização pela Geração Z ocorre poucos dias após um ato, também na capital mexicana, deixar 20 presos e pelo menos 120 pessoas feridas, incluindo 40 policiais.

Vários manifestantes, alguns usando balaclavas, derrubaram as barreiras que protegiam a área e atiraram pedras contra a polícia de choque, que respondeu com gás lacrimogêneo.

O movimento, composto por partes da juventude mexicana, protesta contra as políticas do governo mexicano em relação ao combate ao crime violento, acusando-o de cumplicidade com narcotraficantes.

Por sua vez, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, criticou o ato e disse que os atos são impulsionados por setores empresariais e políticos conservadores contrários ao seu governo.

Sheinbaum também atribuiu a articulação digital do movimento à atuação bots [softwares que executam ações repetitivas] fora do país. A presidente sustenta que a manifestação vem sendo estimulada artificialmente por campanhas que buscam manipular jovens e distorcer as motivações do protesto.

Sheinbaum declarou que seu governo respeita o direito à manifestação, mas questionou os interesses que, segundo ela, tentam instrumentalizar os participantes. “Nós concordamos com a liberdade de expressão e a liberdade de manifestação se há jovens que têm demandas, mas a questão aqui é quem está promovendo a manifestação”, afirmou. “As pessoas devem saber como essa manifestação foi organizada para que ninguém seja usado”.

(*) Com Ansa e Brasil247