Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Mais de 13 milhões de eleitores no Equador vão às urnas neste domingo (09/02) para eleger o próximo presidente da República, em uma disputa liderada pelo candidato à reeleição Daniel Noboa, do partido de extrema direita Ação Democrática Nacional (ADN), e a advogada Luisa González, do partido de esquerda Revolução Cidadã, para os próximos quatro anos. 

De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), as 4.349 seções eleitorais instaladas nas 24 províncias do país começaram a operar a partir das 7h pelo horário local (9h pelo horário de Brasília) e encerrarão às 17h pelo horário local (19h pelo horário de Brasília).

O órgão eleitoral também destacou que em território nacional, 13.279.830 equatorianos estão aptos a votar, enquanto no exterior, 456.485 compatriotas poderão votar.

“Exercer o direito de voto é uma nova oportunidade para renovar nosso compromisso com a democracia, porque o futuro do Equador está em nossas mãos”, afirmou o presidente da CNE, Diana Atamaint, convidando “todos os compatriotas do país e do estrangeiro a participarem nas eleições com civilidade e amor à pátria”.

Ao todo, são 16 candidaturas à Presidência do país. Entretanto, o atual presidente Daniel Noboa e a líder da oposição Luisa González lideram nas pesquisas como os favoritos para vencer neste domingo.

Para evitar um segundo turno, o vencedor deve receber 50% dos votos ou pelo menos 40% com uma diferença de 10 pontos percentuais sobre o segundo mais votado. Caso contrário, o segundo turno entre os dois mais cotados à Presidência será realizado em 13 de abril, de acordo com a legislação eleitoral.

As eleições ocorrem em meio a uma crise de diversas frentes, que afeta a economia, a geração de eletricidade e a segurança pública, entre outras áreas prejudicadas pelas medidas neoliberais do atual presidente. O governo de Noboa, que venceu as eleições extraordinárias de 2023 e assumiu o país para completar o mandato de Guilherme Lasso, foi marcado por políticas violentas alegando combater cartéis internacionais e gangues, e ações controversas classificadas pela oposição como uma “atitude ditatorial”, frequentemente repudiadas por grupos de direitos humanos.

Por outro lado, sua principal adversária González enfatiza políticas à favor da geração de emprego, à mudança no sistema judiciário e do fortalecimento das relações internacionais. Aos 47 anos, a advogada retorna à corrida eleitoral depois de ter chegado até o segundo turno das eleições gerais de 2023. Vale ressaltar que a candidata tem uma vasta experiência na política, sendo reconhecida por suas atuações como vice-secretária-geral do gabinete presidencial de Rafael Correa, cônsul-geral do Equador em Alicante, na Espanha, entre outras funções de alto escalão.

Wikimedia Commons/Asamblea Nacional del Ecuador/Presidência da República do Equador
Daniel Noboa, presidente do Equador e candidato à reeleição pelo partido de extrema direita Ação Democrática Nacional (ADN); Luisa González, candidata do partido de esquerda Revolução Cidadã (RC)

Fronteiras fechadas

No sábado (08/02), o governo equatoriano de Noboa fechou suas fronteiras com a Colômbia e o Peru para evitar possíveis incidentes perpetrados pelo crime organizado que poderiam afetar a segurança eleitoral.

De acordo com um decreto emitido pelo mandatário ultraconservador que concorre à reeleição, “em resposta às tentativas de grupos armados de desestabilizar o país, as fronteiras permanecerão fechadas de sábado, 8 de fevereiro, a segunda-feira, 10 de fevereiro”.

O decreto estabelece que a entrada de cidadãos equatorianos e o fluxo de bens legais e atividades comerciais serão permitidos. No entanto, as fronteiras permanecerão fechadas para estrangeiros e haverá reforço do patrulhamento de portos e rios e da vigilância aérea de pistas de pouso.

Além disso, dias atrás, Noboa indicou a militarização das fronteiras e portos, que permanecem fechados no contexto das eleições.

Na fronteira com o Peru, a ponte internacional sobre o rio Zurumilla, que liga as cidades de Huaquillas (Equador) e Aguas Verdes (Peru), foi fechada. A passagem de fronteira é normalmente uma área comercial movimentada.

Vale lembrar que, além da Presidência, também serão escolhidos 151 deputados e representantes do Parlamento Andino.

(*) Com Telesur