Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas foi transferido nesta segunda-feira (08/04) para o Hospital Militar de Guaiaquil, onde for internado devido a uma suspeita de ingestão excessiva de medicamentos.

O político, militante do partido de esquerda Revolução Cidadã, estava preso na Penitenciária de Segurança Máxima de La Roca, também em Guaiaquil, desde o último sábado (06/04), quando a Polícia Nacional do Equador efetuou sua prisão durante a invasão da Embaixada do México em Quito, onde Glas vivia desde dezembro de 2023.

Em ambos os casos citados, o político alega ser vítima de uma perseguição judicial, similar à sofrida por Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil, já que as ações utilizam documentos do braço internacional da Operação Lava Jato, a mesma que levou à prisão do atual presidente brasileiro, em 2018.

Através de um boletim publicado por meios de imprensa equatorianos, a equipe médica do Hospital Militar negou que o político esteja em coma induzido, mas reconheceu que o paciente “apresenta um quadro delicado, fruto da ingestão de medicamentos ansiolíticos, antidepressivos e sedativos”.

Glas foi colocado em prisão preventiva pelo Caso Reconstrução de Manabí, no qual é acusado por suposto crime de peculato. Além disso, ele já cumpriu seis dos oito anos de prisão relativos a um caso ligado a contratos do Estado equatoriano com a empreiteira brasileira Odebrecht, e cumpria o restante da pena em liberdade condicional.

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Jorge Glas alega ser vítima de perseguição judicial no Equador

Após a vitória do extremista de direita Daniel Noboa nas eleições presidenciais de 2023, e temendo uma pressão política ao Judiciário para que o benefício da condicional fosse retirado, o político decidiu buscar apoio na embaixada mexicana.

Em março, segundo a imprensa local, a polícia do Equador já havia cogitado uma invasão da embaixada mexicana, sustentada por uma determinação da Justiça, mas acabou desistindo da ideia.

A ação acabou acontecendo neste sábado, após o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, solicitar um salvo-conduto para que Glas pudesse viajar à capital mexicana e usufruir do asilo outorgado por seu governo.

A decisão de invadir a Embaixada em Quito levou López Obrador a romper relações diplomáticas e fechar a embaixada do país no Equador.