Embaixador chinês vê crescimento de empresas na Rússia e destaca acordo de investimentos
Enquanto negócios com Moscou avançam, Pequim se mantém neutra no conflito e defende diálogo para paz na Ucrânia
Mais empresas chinesas devem ingressar no mercado russo conforme a relação de negócios entre os dois países se torne cada vez mais favorável. A avaliação foi feita pelo embaixador da China na Rússia, Zhang Hanhui, durante a 9ª EXPO Rússia-China, realizada nesta terça-feira (08/07) em Ecaterimburgo.
O diplomata destacou o fortalecimento da cooperação bilateral e o papel ativo das empresas chinesas no desenvolvimento econômico da Rússia, segundo informou o jornal libanês Al Mayadeen.
“Nos últimos anos, as empresas chinesas têm aproveitado as oportunidades emergentes, avaliando de forma positiva as perspectivas do mercado russo. Elas têm respondido ativamente à crescente demanda interna da Rússia, gerando novos empregos e contribuindo para o progresso social e econômico do país”, afirmou Hanhui.
Até junho de 2024, mais de 9 mil empresas chinesas estavam oficialmente registradas na Rússia, evidenciando uma integração empresarial cada vez mais consolidada entre as duas economias.
Zhang também destacou o impacto positivo do novo Acordo sobre Promoção e Proteção de Investimentos de Capital, assinado em maio entre Rússia e China. Segundo ele, o tratado representa um avanço significativo tanto para os governos quanto para os setores privados dos dois países.
O embaixador expressou confiança de que a tendência de expansão chinesa no mercado russo continuará, à medida que as condições se mantiverem favoráveis.

Mais empresas chinesas devem ingressar no mercado russo declara Zhang Hanhui, embaixador da China na Rússia
Kremlin
Relação China e Ucrânia
Se por um lado se fortalecem as relações entre Pequim e Moscou, o mesmo não acontece nas relações entre Pequim e Kiev.
Neste domingo (06/07), o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, decretou sanções a cinco empresas chinesas, conforme um documento publicado em seu site pessoal.
A lista inclui cinco entidades legais registradas na China. As sanções, com duração de dez anos, preveem congelamento de ativos, proibição de operações comerciais, retirada de ativos da Ucrânia e revogação de licenças, inclusive para uso de recursos naturais, entre outras medidas.
Zelensky aplica sanções regularmente a cidadãos e pessoas jurídicas russas, bem como a empresas e indivíduos de outros países que supostamente cooperam com a Rússia. As sanções são propostas por ministérios ucranianos e outras agências governamentais e, posteriormente, endossadas pelo Conselho de Segurança e Defesa Nacional. Além disso, Kiev pressiona ativamente parceiros ocidentais a seguirem seu exemplo.
Questionado se a China consideraria enviar forças de paz para a Ucrânia, Zhang afirmou que o país não é parte da crise Rússia-Ucrânia, nem sua autora, e não está envolvido nas discussões sobre o envio de tropas. Ele reiterou que a China defende três princípios básicos para o envio de forças de paz: consentimento do país envolvido, imparcialidade e não uso de força, exceto em legítima defesa.
“Atualmente, ainda há divergências significativas entre as partes relevantes sobre a manutenção da paz no pós-guerra. As hostilidades não mostram sinais de redução, e as baixas continuam a aumentar. A China apela a todas as partes envolvidas que promovam a distensão e criem condições favoráveis ao diálogo, abrindo uma janela de oportunidade para a paz”, declarou Zhang.
(*) Com TASS























