Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Uma nova rodada de negociações nucleares entre o Irã, Reino Unido, França e Alemanha será realizada na próxima terça-feira (26/08), na Suíça, de acordo com uma fonte do governo de Teerã à agência de notícias Tasnim.

De acordo com a declaração concedida à agência iraniana, as conversas se concentrarão, além das questões nucleares, na remoção das sanções europeias contra Teerã.

Para a reunião, a delegação iraniana será chefiada pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Majid Takht Ravanchi.

A informação vem na esteira de uma conversa, na última sexta-feira (22/08) entre o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, seus homólogos do Reino Unido, França, Alemanha e representantes da União Europeia.

Durante a ligação, Araqchi alertou as partes europeias de que qualquer tentativa de acionar o mecanismo de recuperação judicial (chamado snapback) do acordo nuclear feito entre as partes em 2015 seria “juridicamente infundada, moralmente injustificada e teria consequências graves”.

Ministro iraniano alertou que países europeus não têm autoridade para reestabalecer sanções contra Teerã 
Mohammad Hassanzadeh/Wikicommons

O ministro iraniano refere-se ao acordo firmado entre o Irã, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia, China e Estados Unidos, tendo a UE como mediadora. O objetivo era certificar que o programa nuclear iraniano fosse totalmente pacífico, e não usado para desenvolver armas. No entanto, o acordo foi descridibilizado a partir da saída dos EUA durante o primeiro governo de Donald Trump, em 2018.

O mecanismo de recuperação judicial (snapback) é uma ferramenta que poderia ser acionada pelos países ocidentais caso avaliassem que o programa nuclear iraniano estivesse violando o acordo — o que acarretaria na restauração de todas as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o país persa sem a necessidade de uma votação no Conselho de Segurança.

Araqchi alertou ainda que os três países europeus não têm autoridade para invocar o mecanismo e que tal decisão “é de competência exclusiva do Conselho de Segurança”.

Por sua vez, os países europeus e a UE reiteraram seu compromisso de buscar uma solução diplomática.

(*) Com Tasnim News Agency