Em meio a tensões, Irã e países europeus querem negociar programa nuclear
Segundo agência de notícias Tasnim, reunião para que sanções europeias contra Teerã sejam suspensas deve ocorrer na Suíça nesta terça (26)
Uma nova rodada de negociações nucleares entre o Irã, Reino Unido, França e Alemanha será realizada na próxima terça-feira (26/08), na Suíça, de acordo com uma fonte do governo de Teerã à agência de notícias Tasnim.
De acordo com a declaração concedida à agência iraniana, as conversas se concentrarão, além das questões nucleares, na remoção das sanções europeias contra Teerã.
Para a reunião, a delegação iraniana será chefiada pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Majid Takht Ravanchi.
A informação vem na esteira de uma conversa, na última sexta-feira (22/08) entre o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, seus homólogos do Reino Unido, França, Alemanha e representantes da União Europeia.
Durante a ligação, Araqchi alertou as partes europeias de que qualquer tentativa de acionar o mecanismo de recuperação judicial (chamado snapback) do acordo nuclear feito entre as partes em 2015 seria “juridicamente infundada, moralmente injustificada e teria consequências graves”.

Ministro iraniano alertou que países europeus não têm autoridade para reestabalecer sanções contra Teerã
Mohammad Hassanzadeh/Wikicommons
O ministro iraniano refere-se ao acordo firmado entre o Irã, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia, China e Estados Unidos, tendo a UE como mediadora. O objetivo era certificar que o programa nuclear iraniano fosse totalmente pacífico, e não usado para desenvolver armas. No entanto, o acordo foi descridibilizado a partir da saída dos EUA durante o primeiro governo de Donald Trump, em 2018.
O mecanismo de recuperação judicial (snapback) é uma ferramenta que poderia ser acionada pelos países ocidentais caso avaliassem que o programa nuclear iraniano estivesse violando o acordo — o que acarretaria na restauração de todas as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o país persa sem a necessidade de uma votação no Conselho de Segurança.
Araqchi alertou ainda que os três países europeus não têm autoridade para invocar o mecanismo e que tal decisão “é de competência exclusiva do Conselho de Segurança”.
Por sua vez, os países europeus e a UE reiteraram seu compromisso de buscar uma solução diplomática.
(*) Com Tasnim News Agency























