Domingo, 7 de dezembro de 2025
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A primeira-dama brasileira Janja Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (24/07), durante a Reunião da Força-Tarefa do G20 para a Aliança Global contra a Fome e Pobreza, que a iniciativa é um “arcabouço de políticas públicas de sucesso ao redor do mundo” que tem como intuito combater a insegurança alimentar e a pobreza no Brasil.

As declarações da primeira-dama foram proferidas durante um painel sobre Políticas Públicas de Combate à Fome e à Pobreza: Empoderando Mulheres e Meninas para o Desenvolvimento Sustentável, realizado no Rio de Janeiro no âmbito do G20, com um painel composto por lideranças dos programas alimentares, como o Programa Mundial de Alimentos (PMA), o Fundo de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) – ambos de atuação no âmbito internacional – e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), do Brasil. 

“Se eu pudesse falar sobre uma política muito importante, seria o Bolsa Família. A pobreza e a fome atingem muito mais significativamente as meninas e as mulheres. O Bolsa Família é um programa em que as maiores beneficiárias são mulheres chefes de família”, apontou Janja, creditando a posição do presidente Lula, que reforça o combate às desigualdades sociais.

Outra política pública destacada por Janja foi a implementação do programa de alimentação escolar universal, no qual crianças que estudam em escolas públicas são alimentadas de forma gratuita. Segundo ela, o projeto “foi importantíssimo para a saída do Brasil do mapa da fome”.

Opera Mundi/Rocio Paik
Evento ‘Políticas Públicas de Combate à Fome e à Pobreza: Empoderando Mulheres e Meninas para o Desenvolvimento Sustentável’, realizado no Rio de Janeiro no âmbito do G20

Sem citar nomes, a primeira-dama também criticou a “má gestão” do Brasil durante os governos anteriores (dos ex-presidentes Michel Temer, entre 2016 e 2019, e Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022), afirmando que, em decorrência deles, o país precisa trilhar hoje um caminho mal pavimentado. Por outro lado, a socióloga elogiou o atual mandato, que hoje soma um ano e sete meses, ao enfatizar que conseguiu retirar aproximadamente 24 milhões de brasileiros do mapa da fome.

Durante o evento, a presidente do CONSEA, Elisabetta Recine, usou o termo “democracia participativa” para elogiar Lula por ter concretizado sua promessa de implementar políticas para erradicar a fome, impulsionando a iniciativa da Aliança Global contra a Fome e Pobreza. 

“Há uma demanda total e precisamos nos articular partir de um diálogo profundo e legítimo com a sociedade civil. Não é quantidade de programas, é questão de qualidade”, apontou Recine, acrescentando que, nesse sentido, “o Brasil tem todo o direito de ter orgulho de seus resultados” vistos hoje.

Em relação à questão do empoderamento feminino na sociedade, a presidente do CONSEA reforçou diversas vezes que o trabalho invisibilizado da mulher precisa urgentemente ser reconhecido.

“As mulheres cuidam pouco de si, mas cuidam de seus filhos, sogras, pais, irmãos e às vezes ex-sogras. E isso não é reconhecido. A fome é a expressão mais óbvia de um conjunto de injustiças”, apontou Recine, ao acrescentar que elas precisam de duas demandas estruturais essenciais: o combate de toda forma de violência e direito de definir seus destinos.

“Isso passa por uma mudança profunda na sociedade. Precisamos mudar os valores. As mulheres e meninas precisam mudar o olhar sobre seus espaços”, afirmou.