'El Mayo' se declara culpado nos EUA; Sheinbaum fala em ‘colaboração’ entre países
Líder do Cartel de Sinaloa, um dos principais cartéis de drogas do México, entregou-se à Justiça norte-americana; governo Trump agradeceu ‘ajuda’ das autoridades mexicanas
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, declarou nesta terça-feira (26/08) que a prisão de Ismael “El Mayo” Zambada García, cofundador do cartel mexicano de Sinaloa, após sua entrega à Justiça “é um exemplo da colaboração positiva” entre os dois países no combate ao narcotráfico.
Por outro lado, a mandatária mexicana criticou Washington por equiparar “El Mayo” com Genaro García Luna, que atuou como secretário de Segurança Pública durante o governo de Felipe Calderón entre 2006 e 2012. Luna foi condenado em outubro de 2024 a mais de 38 anos de prisão pela Justiça norte-americana por tráfico de drogas, em especial com apoio ao Cartel de Sinaloa.
“O diretor Administração de Repressão às Drogas (DEA) [Terrance Cole] está colocando conhecidos chefes do tráfico e o ex-secretário de Segurança de Calderón no mesmo nível”, afirmou.
Reação dos EUA
De acordo com um comunicado do Departamento de Justiça norte-americano nesta segunda-feira (25/08), “El Mayo”, que tem 77 anos de idade, “se declarou culpado por ser um dos principais líderes de uma organização criminosa em andamento — o Cartel de Sinaloa, e por uma acusação de Organizações Corruptas e Influenciadas por Extorsão (RICO, na sigla em inglês”.
O governo norte-americano ainda classificou o cartel de Sinaloa como “uma das organizações de tráfico de drogas mais violentas e poderosas do mundo”. Contudo, ao se apresentar como culpado, “El Mayo” não citou nomes de outros possíveis envolvidos, uma vez que não há nenhum acordo de colaboração para confissões.

Sheinbaum criticou EUA por equiparar “El Mayo” com Genaro García Luna, político mexicano condenado pela Justiça norte-americana por tráfico de drogas
@Claudiashein/Fotos Públicas
“O Departamento de Justiça não vai descansar até que todos os líderes de cartéis responsáveis por envenenar as comunidades com fentanil sejam presos”, declarou o secretário da pasta Merrick Garland.
Em uma coletiva de imprensa do Departamento de Justiça norte-americano nesta terça-feira (26/08), a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, e o chefe da Administração de Repressão às Drogas (DEA), Terrance Cole, afirmaram que a detenção de “El Mayo” é um “triunfo sem precedentes” e representa “o possível fim do cartel de Sinaloa”.
A administração Trump afirma que os cartéis são os responsáveis de “inundar os EUA com drogas”, levando a “crimes hediondos” como assassinatos. No caso de “El Mayo” e do cartel de Sinaloa, os acusa de traficar cocaína, heroína e fentanil para o território norte-americano.
“Eles compraram os precursores químicos do fentanil da China. Eles fabricaram a droga no México e inundaram nossas comunidades, matando nossas crianças”, afirmou Bondi, sem apresentar provas da relação do cartel com Pequim.
Bondi ainda classificou o ocorrido como “uma vitória crucial na luta do presidente Trump para eliminar completamente as organizações terroristas estrangeiras e proteger os cidadãos americanos das drogas mortais e da violência”. No entanto, além de ter se entregado à Justiça, “El Mayo” já havia sido preso e julgamento anteriormente, em julho de 2024, durante o governo do ex-presidente democrata Joe Biden (2021-2025).
Por fim, Bondi agradeceu às autoridades mexicanas “por sua ajuda para levar todos esses líderes do cartel à justiça”
(*) Com Ansa, informações de El País e La Jornada























