Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) classificou neste domingo (20/07) as medidas restritivas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, como “humilhação” e apelou para que os Estados Unidos “mandem uma resposta” a respeito do caso.

Por meio de uma transmissão ao vivo no YouTube, o deputado que pediu licença do mandato em março deste ano e foi morar nos EUA, sob a alegação de perseguição política, deveria voltar da licença também no domingo (20/07). Contudo, anunciou que não vai fazer “nenhum tipo de renúncia”. 

“Se eu quiser, consigo levar o meu mandato pelo menos pelos próximos três meses”, declarou. De acordo com o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, a licença de 120 já terminou e o deputado pode ser cassado por faltas ao não retornar ao Brasil.

Eduardo voltou a afirmar que está sendo vítima de perseguição e criticou os ministros do STF, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Flávio Dino.

“O sistema está me perseguindo por conta do meu trabalho. Se você um dia tiver dúvida: ‘Poxa, de quem é essa criança bonita aí que está cancelando visto de ministro da Suprema Corte?’ É do Eduardo Bolsonaro. Por isso estão com raiva vindo atrás de mim”, afirmou, fazendo alusão à revogação de vistos de integrantes do STF pelos Estados Unidos, anunciada na última sexta-feira (18/07).

Eduardo Bolsonaro anunciou a licença de seu cargo como deputado federal em 18 de março, uma semana antes do STF tornar Jair Bolsonaro réu no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, com formação de organização criminosa. Na ocasião, afirmou que não iria “se submeter” ao “regime de exceção” que o país estaria vivendo. 

Eduardo defendeu anistia para Jair Bolsonaro e afirmou que está “disposto a ir às últimas consequências”
Fotos Públicas

No STF, Eduardo é investigado pela sua atuação junto ao governo norte-americano para promover medidas de retaliação contra o Brasil e ministros do STF e tentar barrar o andamento da ação penal na Corte sobre a trama golpista, que tem seu pai como um dos réus.

Em 26 de maio, a Procuradoria-Geral da União (PGR) solicitou a abertura de uma investigação para apurar possíveis crimes de coação e tentativa de obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito por parte de Eduardo Bolsonaro em sua articulação nos EUA. O pedido foi aceito pelo STF.

No sábado (19/07) o relator do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes, concluiu que Eduardo Bolsonaro “intensificou as condutas ilícitas” após a ação da Polícia Federal (PF) deflagrada na sexta-feira (18/07), que incluiu a aplicação de tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro. Diante dessa conclusão, Moraes determinou que postagens e entrevistas concedidas por Eduardo Bolsonaro sejam incluídas no processo.

No mesmo dia, o parlamentar provocou Moraes, em postagem na rede social X, na qual aparece em uma foto ao lado de um representante do Departamento de Estado dos EUA, afirmando que o ministro “não pode fazer nada”.

O deputado tornou a se manifestar sobre o assunto neste domingo (20/07), em postagem na plataforma, na qual afirmou que não está “foragido nos EUA”, mas sim “protegido nos EUA”.

Por fim, também defendeu a anistia para Jair Bolsonaro e afirmou que está “disposto a ir às últimas consequências”.

“É para entender que não haverá recuo. Não é jogar não para ver se depois dá certo, achar um meio-termo. Não estou aqui para isso”, completou.

(*) Com Agência Brasil e Sputnik