E-mails de Epstein sugerem que Trump sabia sobre crimes sexuais
Mensagens divulgadas por Democratas revelam episódio no qual presidente ‘passou horas’ na mansão do empresário com uma das vítimas do esquema
A bancada do Partido Democrata na Câmara dos Representantes (similar a Câmara dos Deputados) dos Estados Unidos divulgou nesta quarta-feira (12/11) e-mails que haviam sido enviados por Jeffrey Epstein em 2011, cujo conteúdo que volta a colocar em debate a relação entre o atual presidente e o empresário que morreu na prisão em 2019 após ser condenado por pedofilia e por liderar uma rede de tráfico sexual.
Uma das mensagens publicadas se refere a uma conversa entre Epstein e o escritor Michael Wolff, biógrafo de Trump, em janeiro de 2019, quando o empresário já estava preso e condenado pelos crimes. No e-mail, ele diz a Wolff que “é claro que ele sabia das meninas, já que pediu a Ghislaine para parar”.
A pessoa mencionada na carta é Ghislaine Maxwell, assessora pessoal de Epstein que atualmente está presa e condenada por sua cumplicidade nos crimes cometidos, mas que em 2019 estava livre – razão pela qual não fica claro o trecho sobre qual teria sido o “pedido para parar”, ou o que deveria “parar”.
O líder da bancada dos Democratas no Congresso, Robert García, representante do estado da Califórnia, disse que “quanto mais Trump tenta encobrir os arquivos de Epstein, mais se descobre sobre o caso, e estas correspondências recentemente reveladas levantam questões gritantes sobre o que mais a Casa Branca está escondendo e sobre a natureza da relação entre Epstein e o presidente”.

Email mostra mensagens de Epstein sobre presença de Trump em mansSegundo jornal, Trump escreveu cão onde funcionava serviço de prostituição infantil
Tony Webster / Flickr
‘O cão que não latiu’
Em outro dos e-mails revelados, Epstein relata a Maxwell que “quero que você perceba que aquele cachorro que não latiu é o Trump”.
Em seguida, na mesma mensagem, ele se refere a uma das menores prostituídas na casa e diz que “a vítima passou horas na minha casa com ele (Trump)”, para depois reclamar que “ele (Trump) nunca foi mencionado (nas investigações do caso de pedofilia)”.
A “casa” mencionada na mensagem seria uma referência à mansão na qual o falecido empresário ocultava uma grande estrutura que oferecia serviço de prostituição infantil e que teria sido frequentada por grandes figuras da política mundial e do mundo empresarial.
epstein directly incriminating trump. explains why he doesn’t want the files out. can’t see this issue going away. pic.twitter.com/CH0hpGb155
— ian bremmer (@ianbremmer) November 12, 2025
Silêncio na Casa Branca
A Casa Branca ainda não se pronunciou sobre as novas revelações ligadas ao caso. A versão defendida historicamente por Trump e seus defensores é a de que ele nunca teve conhecimento da rede de tráfico sexual de Epstein.
Vale recordar que o empresário morreu na prisão em agosto de 2019, oito meses depois da mensagem enviada ao escritor Michael Wolff. A versão oficial indica que a causa da morte foi suicídio, mas há material jornalístico questionando algumas das circunstâncias da ocorrência, como uma suposta manipulação das câmeras de segurança da penitenciária no dia em que seu corpo foi encontrado sem vida na cela.
Em julho deste ano, a Procuradoria Geral dos Estados Unidos demistiu a promotora federal Maurene Comey, que trabalhou nos processos criminais contra Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell pelos crimes de tráfico sexual e pedofilia.
Com informações do The Guardian e The New York Times.























