Direto de Seul: na porta da Assembleia, manifestantes pedem ‘prisão imediata’ de Yoon Suk Yeol
Protesto organizado pelo Partido Democrata da Coreia mobilizou centenas de pessoas no local onde será votado impeachment do presidente
Mais uma vez, a Assembleia Nacional da Coreia do Sul tornou-se palco principal de uma grande manifestação nesta quinta-feira (05/12). Na porta do Parlamento, centenas de pessoas se reuniram ao fim da tarde e, segurando velas e cartazes, gritavam pela “prisão imediata” do presidente Yoon Suk Yeol que, há dois dias, tentou impor o estado de lei marcial – que priva direitos e atividades políticas no país.
O protesto foi organizado por ativistas do Partido Democrata da Coreia, a principal sigla opositora da nação, e também do Movimento à Luz de Velas, que tem liderado marchas semanais no centro de Seul para exigir a renúncia do mandatário de extrema direita.
“Nós vamos continuar aqui até que tudo isso termine”, afirmou um militante a Opera Mundi, reforçando que a lei marcial que “felizmente” foi vetada é “inconstitucional e criminosa”.
No local, manifestantes tocavam instrumentos ao ritmo de músicas natalinas e alteravam a letra original delas.
“O impeachment é a nossa única resposta, nós teremos um natal feliz se derrubarmos Yoon Suk Yeol e (a primeira-dama) Kim Keon Hee”, cantavam.

Rocio Paik
Manifestação contra Yoon em frente ao Parlamento da Coreia do Sul
Os protestos seguem enquanto se espera para este sábado (07/12) a votação referente ao pedido de impeachment aberto pela coalizão oposicionista do Parlamento contra o mandatário sul-coreano.
Na terça-feira (04/12), Yoon anunciou publicamente o decreto da lei marcial no país, alegando que “forças oposicionistas e anti-estatais” como a Coreia do Norte e parlamentares estavam conspirando contra o seu governo, sem apresentar quaisquer provas.
Em seguida, rapidamente, ordenou soldados e tanques a cercarem a Assembleia para impedir que seus membros pudessem revogar tal medida. No entanto, alguns conseguiram acessar o plenário e, numa sessão de menos de três horas, alcançaram a decisão unânime de vetar o projeto.
O decreto da lei marcial aprofundou a crise política da Coreia do Sul, desencadeando uma ampla onda de manifestações populares em várias partes do país.
Pior taxa de aprovação
Nesta quinta-feira, a agência de pesquisas Realmeter revelou que sete em cada 10 sul-coreanos são a favor do impeachment de Yoon após a decretação da lei marcial. Enquanto 73,6% dos entrevistados aprovaram a derrubada do mandatário, 24% manifestaram-se contra.
O levantamento ouviu 504 eleitores na quarta-feira (04/12), dia em que a lei marcial foi imposta pelo presidente, mas acabou sendo suspensa por votação.
A margem de erro da pesquisa é de 4,4 pontos percentuais para mais e para menos, com um nível de confiança de 95%.
Um dos pontos que chamou a atenção na pesquisa foi que na província de Gyeongsang do Norte e na cidade de Daegu, consideradas territórios tradicionais do bloco conservador, 66,2% concordaram com a implementação do impeachment.
























