Deputada do partido de Milei protagoniza nova crise na Argentina após ligação com tráfico
Lorena Villaverde foi proibida de entrar nos EUA por envolvimento em caso de 2002; política é candidata ao Senado nas eleições do próximo domingo
O partido argentino de extrema direita A Liberdade Avança, que sustenta o governo do presidente Javier Milei, descobriu um novo problema após a publicação de uma série de reportagens do diário Página/12 mostrando os vínculos de organizações narcotraficantes com a deputada Lorena Villaverde, militante da legenda.
De acordo com as matérias, Villaverde teria participado de operações para levar drogas de Buenos Aires a Miami nos Anos 2000, razão pela qual o governo dos Estados Unidos emitiu uma decisão judicial proibindo a sua entrada no país.
Os arquivos oficiais da Justiça da Flórida, também segundo a série de reportagens, registram dois casos de detenções de Villaverde, ambos no ano de 2002: uma delas pela compra de um quilo de cocaína pelo valor de 17 mil dólares; a segundo pela apreensão de 15 quilos de cocaína e uma bolsa com 50 mil dólares – nesse segundo caso, ela teria sido pega quando tentava tomar um voo no aeroporto de Sarasota.
Além disso, a série de reportagens demonstra o vínculo de Villaverde com Claudio Ciccarelli, empresário que, segundo as investigações, seria representante legal de algumas das empresas de fachada ligadas ao narcotraficante Fred Machado, que também está ligado a outros políticos do partido de extrema direita fundado por Milei.
Danos eleitorais
Lorena Villaverde é deputada do partido A Liberdade Avança pela província de Río Negro desde dezembro de 2023. Nas eleições legislativas programadas para o próximo domingo (26/10), ela encabeça a lista de candidaturas ao Senado pelo partido do presidente.
A parlamentar também é conhecida no país por participar das sessões da Câmara com um pequeno busto de gesso do presidente Milei sobre sua bancada e por andar carregando o mesmo artefato pelos corredores do Congresso.

Deputada Lorena Villaverde carrega busto de gesso de Milei durante as sessões da Câmara dos Deputados da Argentina
El Ciudadano
Após a descoberta do caso, o deputado Facundo Manes, representante do partido de centro-direita União Cívica Radical (UCR), protocolou um pedido de cassação do mandato de Villaverde e pediu a ela que renunciasse à sua candidatura para as eleições que acontecerão no próximo domingo (26/10).
O caso não é o primeiro envolvendo políticos próximos a Milei com o narcotráfico, e a ocorrência anterior envolve um vínculo com a mesma figura.
No início deste mês o economista e deputado José Luis Espert, um dos principais aliados políticos do presidente argentino, renunciou à sua candidatura ao Senado pela Província de Buenos Aires, maior colégio eleitoral do país.
A decisão de Espert aconteceu dias depois do surgimento de um escândalo de corrupção em função da relação do político com Fred Machado, o mesmo empresário narcotraficante ligado ao caso de Villaverde.
Vale lembrar que as eleições legislativas deste domingo renovarão metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado Federal da Argentina.
Com informações de Página/12.























