‘Democracia sempre’: líderes latino-americanos exaltam condenação de Bolsonaro
Presidentes de Chile, Colômbia e Bolívia se pronunciam após julgamento do STF e defendem soberania do Brasil em meio a declarações intervencionistas dos EUA
Líderes mundiais reagiram à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que obteve a maioria dos votos (4×1) no julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele e mais sete aliados foram acusados por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A pena do ex-presidente será de 27 anos e três meses de prisão.
Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro exaltou a democracia e uma resposta à reação do senador norte-americano Marco Rubio, que criticou a decisão do STF brasileiro.
“Todo golpista deve ser condenado. São as regras da democracia”, afirmou o presidente colombiano em uma mensagem na rede X, logo após Jair Bolsonaro ser condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Todo golpista debe ser condenado. Son las reglas de la democracia. https://t.co/2OuATUJcEG
— Gustavo Petro (@petrogustavo) September 12, 2025
O presidente de esquerda do Chile, Gabriel Boric, interpretou as condenações como uma demonstração de força da democracia brasileira.
“Os meus respeitos à democracia brasileira que resistiu uma tentativa de golpe e hoje julga e condena os seus responsáveis. Tentaram destruí-la e hoje sai fortalecida. Democracia sempre’, publicou o presidente chileno na rede social X numa mensagem que se limitou a exaltar a institucionalidade do Brasil.
Mis respetos a la democracia Brasileña que resistió un intento de golpe de Estado y hoy juzga y condena a sus responsables. Trataron de destruirla y hoy termina fortalecida.
Democracia siempre. https://t.co/EfZnr3QpIn
— Gabriel Boric Font (@GabrielBoric) September 11, 2025
Na Argentina, o presidente Javier Milei, que enfrenta uma crise política após uma dura derrota eleitoral na província de Buenos Aires, responsável por quase 40% do eleitorado do país, manteve-se em silêncio sobre a condenação de seu aliado ideológico e amigo, Jair Bolsonaro.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lamentou a sentença e fez um paralelo com as acusações que enfrenta em seu próprio país. “Eu assisti a esse julgamento. Eu o conheço (Bolsonaro) razoavelmente bem. Líder estrangeiro que, na minha opinião, foi um bom presidente do Brasil, e é muito surpreendente que isso possa acontecer”, disse Trump.
E complementou: “isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de forma alguma. Só posso dizer o seguinte: eu o conheci como presidente do Brasil. Ele era um homem bom e não vejo isso acontecendo”.
O senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente brasileiro, anunciou que “não aceitarão” a condenação e lutarão “até o fim”.
Já o deputado Eduardo Bolsonaro disse à agência britânica Reuters que espera sanções adicionais de Washington contra autoridades brasileiras após a condenação de seu pai pela Lei Magnitsky. “Se esses juízes do Supremo continuarem seguindo De Moraes, eles também correm o risco de enfrentar a mesma sanção”, ameaçou.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, repudiou as “declarações intervencionistas” dos EUA contra o Brasil. A reação veio depois que o governo de Trump ameaçou o país governado por Luiz Inácio Lula da Silva de usar “poder econômico e militar” sob pretexto de defender uma suposta liberdade de expressão.
Após o sentenciamento de Bolsonaro, o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio voltou a chamar o Judiciário brasileiro de promover uma “caça às bruxas” e prometeu responder “em conformidade” com a decisão tomada pelos magistrados.
“Ameaçar usar o poder econômico e militar, supostamente em defesa da liberdade de expressão em favor de Bolsonaro, constitui uma ingerência colonialista inaceitável nos assuntos internos de uma nação soberana e viola o direito internacional. O Brasil é um país livre e soberano, e a América Latina é uma zona de paz. Nosso total apoio ao nosso irmão”, disse Arce.
Rechazamos las declaraciones injerencistas de Estados Unidos contra Brasil. Amenazar con utilizar el poder económico y militar, en supuesta defensa de la libertad de expresión en favor de Bolsonaro, se constituye en una intromisión colonialista e inaceptable en los asuntos…
— Luis Alberto Arce Catacora (Lucho Arce) (@LuchoXBolivia) September 11, 2025























