Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Cidade do México foi sede, neste domingo (28/09), da jornada final da primeira Conferência Continental para a Defesa dos Direitos dos Migrantes e da Soberania Nacional, que reuniu organizações e delegações de sete países da América Latina.

Segundo o documento produzido pela organização oficial do evento, o principal foco da conferência foi o de reforçar o apelo à “unidade entre os governos do continente contra as políticas imperialistas dos Estados Unidos”, com prioridade para a política anti imigração e as violações aos direitos humanos que ela provoca, e também os acontecimentos no Mar do Caribe, com as ameaças à soberania da Venezuela.

A organizações participantes ressaltaram que “a resistência às políticas de Trump está crescendo nos Estados Unidos, como se vê nas manifestações de rua. No Panamá, o povo luta para defender o Canal. Em vários países, como Brasil, México e Colômbia, o povo luta contra a ingerência imperialista e seus agentes, como Bolsonaro e seus generais. Em outros casos, como Equador, Peru e Argentina, lutam contra regimes fantoches”.

Os integrantes concordaram em convocar uma jornada continental em defesa do direito à migração em março de 2026. Além disso, segundo Markus Sokol disse a Opera Mundi, foi aprovada uma moção unânime à parte contra o genocídio em Gaza, apoio à Flotilha da Liberdade e pela ruptura das relações diplomáticas e comerciais com Israel.

“São expressões da mesma causa: a defesa da soberania nacional. A luta pelo direito de migrar faz parte da luta pelos direitos dos trabalhadores e pelos direitos humanos”, afirma o comunicado lançado pelos participantes do evento.

A Conferência Continental teve seu início no sábado (27/09), foi realizada na sede do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Universidade Autônoma Metropolitana (SITUAM) e contou com uma total de 120 representantes de diversas organizações que trabalham com populações migrantes.

Organizações se reuniram no México em evento pelo direito à migração
SINTRASEM

O Brasil foi representado na conferência por uma delegação composta por 18 integrantes, entre eles: Barbara Corrales (presidente do Conselho Municipal do Imigrante de São Paulo), Roque Pattussi (representante do Centro de Apoio Pastoral do Migrante de São Paulo), Renê Munaro (direção executiva da CUT), Rui Falcão (deputado federal pelo PT-SP), Heloisa Maria Galvão, membro do Grupo Mulher Brasileira (Boston-EUA) e Sandro Bittencourt, membro do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Florianópolis (Sintrasen).

Elogios e críticas a Lula, Sheinbaum, Petro, Maduro e Xiomara

A Conferência também reconheceu os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Claudia Sheinbaum (México), Gustavo Petro (Colômbia), Nicolás Maduro (Venezuela) e Xiomara Castro (Honduras) como os principais líderes da região a se manifestarem contra as políticas estadunidenses de perseguição aos imigrantes.

Porém, mesmo os mandatários que foram elogiados no documento não ficaram isentos de críticas, que vieram sob o argumento de que “até agora, cada um agiu de forma independente, contra um adversário que é forte demais para ser enfrentado individualmente, quando o desejável é a unidade dos governos do continente contra as políticas imperialistas”.

“O caso mais preocupante de agressão hoje é contra a Venezuela, com ataques econômicos, ataques letais a embarcações e ameaças de intervenção militar, que requerem uma resposta conjunta da região para impedir que o ímpeto intervencionista das forças imperialistas volte a se alastrar pelo continente”, declarou o documento oficial.

Com informações de La Jornada.