Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O governo da Coreia do Sul anunciou nesta quinta-feira (07/08) o adiamento de seus exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos para setembro, no que a imprensa local avaliou como sendo a mais recente tentativa do governo de Lee Jae Myung para aliviar as tensões na Península Coreana.

De acordo com a agência de notícias Yon Hap, os dois países aliados concordaram em manter a escala semelhante de treinamentos aos anos anteriores, mas adiaram 20 dos cerca de 40 exercícios de manobra ao ar livre, da operação ‘Eulji Freedom Shield’, que originalmente seriam realizados entre os dias 18 e 28 de agosto.

“Este é um exercício anual de natureza defensiva conduzido pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos, e será uma oportunidade para fortalecer as capacidades de resposta e a postura da aliança”, disseram as autoridades do Estado-Maior Conjunto e das forças dos EUA, em coletiva. O número de militares tanto do lado sul-coreano como do norte-americano será mantido semelhante ao do ano passado.

De acordo com o jornal sul-coreano Seoul Sinmun, o ministro da Unificação, Chung Dong Young teria sugerido ao presidente Lee para ajustar o cronograma dos exercícios depois que a irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un e vice-presidente do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, Kim Yo Jong, rechaçou a “natureza agressiva” das ações militares conjuntas com os EUA.

“Aliviar as tensões, a paz e a estabilidade são os objetivos do Ministério da Unificação e os objetivos do governo de Lee Jae Myung e da República da Coreia [do Sul]”, disse um funcionário da pasta.

Lee Sung Joon, chefe do escritório de relações públicas do Estado-Maior Conjunto, e Ryan Donald, chefe do escritório de relações públicas do Comando das Forças Combinadas Coreia do Sul-EUA
Fundação de Fotografias Conjunta da Coreia do Sul

Por sua vez, o chefe do Escritório de Relações Públicas do Comando das Forças Combinadas, Ryan Donald, disse que o treinamento conjunto tem como “principal objetivo” garantir a “prontidão contra todas as ameaças e forças hostis na Península Coreana”.

Em nenhum dos comunicados de imprensa emitidos pelas autoridades sul-coreanas e pelas norte-americanas mencionaram “Coreia do Norte”, o que contrasta com as declarações feitas anteriormente quando se tratava de explicar o cenário dos treinamentos militares. Por exemplo, entre 2023 e 2024, o governo de extrema direita do ex-presidente Yoon Suk Yeol citava, por meio de notas, as “crescentes ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte” e “as armas nucleares da Coreia do Norte”.