Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Coreia do Norte lançou nesta sexta-feira (07/11) um míssil balístico de curto alcance em direção ao Mar do Leste, de acordo com os relatos do Estado-Maior Conjunto (JCS, na sigla em inglês para Joint Chiefs of Staff) de Seul. A operação ocorreu uma semana depois que os Estados Unidos deram aval ao plano sul-coreano que prevê a construção de submarinos de propulsão nuclear

O governo da Coreia do Sul detalhou que o projétil foi lançado a partir do condado de Taegwan, na região norte da província norte-coreana de Pyongan, por volta das 12h35 pelo horário local. Segundo o JCS, o míssil voou cerca de 700 quilômetros antes de cair nas águas, e acrescentou que o órgão, juntamente com as forças norte-americanas, segue analisando a ação para determinar suas especificações.

O Escritório de Segurança Nacional (ONS, na sigla em inglês) presidencial sul-coreano convocou uma reunião emergencial durante a qual instruiu as agências relevantes a tomarem as medidas necessárias sobre o incidente, e condenou Pyongyang pelo lançamento ao mencionar as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

A última vez que o governo norte-coreano de Kim Jong Un havia disparado mísseis balísticos de curto alcance foi em 22 de outubro, no Mar Amarelo, antes de a Coreia do Sul sediar a Cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), evento que contou com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A operação desta sexta-feira, portanto, configura o sétimo lançamento realizado pelo país asiático em 2025 e o segundo desde que Lee Jae Myung assumiu o cargo na Presidência sul-coreana.

A Coreia do Norte lançou nesta sexta-feira (07/11) um míssil balístico em direção ao Mar do Leste, de acordo com o Estado-Maior Conjunto sul-coreano
Reprodução/KCNA

 

Corrida armamentista

Na terça-feira (04/11), o secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth, realizou um encontro com o gabinete político de Lee e expressou endosso total ao projeto de submarinos movidos a energia nuclear sul-coreano, que teve permissão pública de Trump.

“O presidente Trump aprovou este passo histórico e quero reafirmar essa decisão. Como autoridades de defesa, é claro que faremos o possível para apoiá-lo ativa e totalmente”, disse Hegseth em coletiva conjunta com o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Ahn Gyu Back. 

No âmbito da 57ª Reunião Consultiva de Segurança (SCM) no Ministério da Defesa Nacional, em Seul, o político enviado pelo presidente Donald Trump também acrescentou que o projeto de Lee envolve outras agências, “incluindo o Departamento de Estado [dos Estados Unidos] e o Departamento de Energia”.

“O presidente Trump quer que nossos aliados sejam fortes, e a República da Coreia é um aliado modelo. Por causa disso, o presidente está aberto à aquisição de capacidades maiores e mais avançadas pela Coreia”, enfatizou.

Contudo, há um impasse no que se refere ao desenvolvimento de submarinos movidos a energia nuclear, já que para garantir urânio enriquecido como combustível, é necessário revisar o Acordo de Energia Nuclear Coreia-Estados Unidos: as cláusulas previstas no tratado impedem Seul de usar materiais nucleares para fins militares.

O plano da Coreia do Sul tem como objetivo, segundo o governo Lee, facilitar o rastreio de navios norte-coreanos e chineses, e se consolida como um mecanismo de defesa que deve alimentar ainda mais as tensões não apenas com Pyongyang e Pequim, mas também com Moscou, sobre uma possível corrida armamentista regional.

Em coletiva, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, expressou o posicionamento favorável da Rússia ao enfatizar que o país de Vladimir Putin defende “o direito legítimo” da Coreia do Norte de “garantir a própria segurança e adotar medidas necessárias para isto”.

“No que diz respeito às iniciativas de paz para a península [coreana], a Rússia acolhe com satisfação apenas os esforços para normalizar a situação que correspondam plenamente aos interesses da República Popular Democrática da Coreia”, acrescentou.