Coreia do Norte fala em ‘piada’ ao rechaçar desnuclearização dos EUA
Kim Yo Jong rejeitou tentativa de Trump de aproveitar relação pessoal com seu irmão, Kim Jong Un, para tentar pôr fim ao programa nuclear do país
A Coreia do Norte rejeitou veementemente nesta terça-feira (29/07) qualquer tentativa norte-americana de pôr fim ao seu programa nuclear. Para Pyongyang, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve aceitar a realidade das capacidades bélicas “irreversíveis” norte-coreanas, que foram se desenvolvendo ao longo dos últimos anos.
O comunicado de Kim Yo Jong, irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un e vice-diretora do Partido dos Trabalhadores, foi publicado na agência de notícias estatal KCNA.
A principal conselheira da Coreia do Norte admitiu que a relação pessoal entre seu irmão e o presidente norte-americano “não é ruim”. Entretanto, alertou que se Washington pretende tirar proveito dessa relação com o objetivo da desnuclearização, tal esforço seria interpretado por Pyongyang como apenas uma “piada”.
“A República Popular Democrática da Coreia está aberta a qualquer opção na defesa de seu atual status nacional”, destacou, rechaçando qualquer interferência externa de negar a referência do país como uma potência nuclear.

Líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
Wikimedia Commons/Dan Scavino
De acordo com Yo Jong, a Casa Branca alegou que Trump “estabilizou a situação na Península Coreana e alcançou o primeiro acordo de alto nível sobre a desnuclearização por meio das três cúpulas Coreia do Norte-EUA durante seu primeiro mandato”. Na nota, a conselheira ressaltou ainda que o republicano se manifestou aberto a novos diálogos com Pyongyang para estabelecer uma “desnuclearização completa”.
“Vale a pena levar em consideração o fato de que o ano de 2025 não é 2018 ou 2019”, lembrou a irmã de Jong Un, enfatizando que “ninguém pode negar a realidade” dos arsenais nucleares do país asiático, nem mesmo negar a mudança “radical” do cenário geopolítico.
“Se não puderem aceitar a realidade mudada e se apegarem apenas ao passado de fracasso, o encontro entre a Coreia do Norte e os EUA continuará sendo apenas uma ‘esperança’”, concluiu.























