Contra tarifaço, países buscam negociar com EUA e aumentar cooperação regional
Brasil ativa legislação, UE abre conversas com Washington e China firma acordos com Vietnã
A guerra comercial perpetrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem promovendo uma firme reação dos países prejudicados pelo tarifaço. Na semana passada, em meio ao sobe e desce das bolsas e a ameaça de uma recessão, Trump recuou e suspendeu por 90 dias o pacto de tarifas, agora fixado em uma taxa base de 10% sobre todos os produtos dos parceiros comerciais da potência econômica.
A exceção é a China, contra a qual Washington mantém uma absurda taxa de 145%, não sem sofrer uma retaliação chinesa de 125% sobre os produtos norte-americanos. Em meio à guerra, os países se movimentam para proteger sua soberania e buscar novos caminhos no comércio mundial.
Uma dessas ações vem do governo brasileiro que ativou oficialmente a “Lei de Reciprocidade Econômica”, em reação à cobrança de 10% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, e de 25% sobre o aço e o alumínio.
Aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada, sem vetos, pelo presidente Lula, a lei permite ao país suspender “concessões comerciais, investimentos e obrigações relacionadas a direitos de propriedade intelectual em face de resoluções unilaterais adotadas por país ou bloco econômico que afetem negativamente a competitividade internacional do Brasil”.
O objetivo é “minimizar o impacto na atividade econômica e evitar encargos e custos administrativos desproporcionais”. Ao mesmo tempo, a lei deixa as portas abertas às negociações com Washington, garantindo “consultas diplomáticas com vistas a mitigar ou anular os efeitos das medidas e contramedidas”.

Porto de Santos
Ricardo Botelho / MInfra – Fotos Públicas
União Europeia conversa com EUA
Com taxas que recuaram de 20% para 10% após o recuo de Trump, a União Europeia (UE) conversou com Washington nesta segunda-feira (14/04). Foram 90 minutos de reunião entre o comissário da UE para o Comércio, Maros Sefcovic, os representantes dos Estados Unidos, o secretário de Comércio Howard Lutnick e o representante comercial Jamieson Greer.
Semana passada, em meio às turbulências do tarifaço, o bloco sobretaxou em 25% dos produtos norte-americanos, mas com a pausa de 90 dias anunciadas por Trump, a retaliação europeia também foi suspensa, pelo mesmo período.
“A UE continua pronta para um acordo justo, incluindo reciprocidade por meio de tarifas zero sobre produtos industriais e trabalhando em barreiras não tarifárias. Alcançar isso exigirá um esforço conjunto significativo de ambos os lados”, afirmou Sefcovic, após a reunião com os representantes do governo Trump. O bloco também anunciou que está pronto para taxar as Big Techs, caso as negociações fracassem.
China estreita laços com Vietnã
Enquanto o Brasil se fortalece internamente e os europeus buscam negociar com os Estados Unidos, a China avança em seu comercio bilateral com o Vietnã durante a visita do presidente Xi Jinping ao país nesta semana.
Nesta terça-feira (15/04), o presidente chinês e o secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista (PCV) To Lam assinaram uma série de acordos de cooperação bilateral nos setores de alfândega, produção agrícola, inteligência artificial (IA), entre outros. Eles também lançaram um mecanismo de cooperação ferroviária China-Vietnã.
Com Telesur e Ansa























