Congresso peruano aprova impeachment da presidente Dina Boluarte
Medida de incapacidade moral permanente foi aprovada por unanimidade com 122 votos; José Jerí assume cargo de líder da república do Peru
Na ata de abertura desta sexta-feira (10/10), o Congresso peruano aprovou a destituição da presidente designada da República, Dina Boluarte, por incapacidade moral permanente.
VACANCIA APROBADA ? Congreso de la República aprueba la vacancia de la presidenta de la república, Dina Boluarte Zegarra.
En consecuencia, se aplicará la sucesión establecida en la Constitución Política del Perú. pic.twitter.com/TPp35V0SOX
— Congreso del Perú ?? (@congresoperu) October 10, 2025
Consequentemente, foi aplicada a sucessão estabelecida na Constituição Política Peruana, assumindo a presidência do país o presidente do Congresso, José Jerí.
O projeto de resolução legislativa que declara a incapacidade moral permanente da chefe de Estado e, portanto, a sua vacância do cargo foi aprovado por unanimidade com 122 votos.
Boluarte, que foi nomeada presidente do país pelo Congresso em dezembro de 2022, foi afastada do cargo por incapacidade moral permanente por não ter conseguido combater a insegurança dos cidadãos, argumentaram os legisladores.
Há alguns dias, houve um grande protesto do setor de transportes, já que extorsões e assassinatos são ocorrências diárias no Peru. Semanas atrás, membros da chamada Geração Z foram às ruas para expressar seu descontentamento com a conduta do governo Boluarte, que gerou uma crise social.
Sete presidentes peruanos em 10 anos
Minutos após a destituição de Boluarte, ocorreu a cerimônia no Congresso em que José Jerí assumiu a presidência do país sul-americano.
Jerí se torna o sétimo presidente do Peru desde 2016, depois de Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), Martín Vizcarra (2018-2020), Manuel Merino (2020-2020), Francisco Sagasti (2020-2021), Pedro Castillo (2021-2022) e Boluarte.
Boluarte emite balanço de sua gestão
Boluarte foi convidada a comparecer à sede parlamentar para se defender do pedido de impeachment, porém, recusou-se a comparecer ao plenário, alegando violação do devido processo legal devido ao curto espaço de tempo entre a admissão dos pedidos e a sessão plenária.
“Não o validaremos e, por isso, não iremos ao Parlamento Nacional”, expressou o advogado de Boluarte, Juan Carlos Portugal, em sua conta na rede social X.
Boluarte, agora afastada do cargo, emitiu uma declaração pública na sede do Poder Executivo, acompanhada de seu gabinete de ministros, na qual revisou seu mandato de quase três anos.
“Em todos os momentos, pedi unidade, trabalho em conjunto e luta pelo nosso país”, disse Boluarte, que foi vice-presidente do presidente constitucional Pedro Castillo, que também foi destituído do cargo pelo Congresso em dezembro de 2022.
Pedro Castillo exige restituição
Castillo, que está preso desde dezembro de 2022, acusado de supostos crimes de rebelião, abuso de autoridade e grave perturbação da tranquilidade pública em detrimento do Estado, após sua tentativa de dissolver o parlamento, exigiu a reintegração de seu mandato após a destituição de Boluarte.
Em mensagem publicada na rede social X e dirigida ao povo peruano, Castilló declarou: “Em 7 de dezembro de 2022, fui ilegalmente destituído do cargo sem atingir os 104 votos exigidos por lei. Hoje, com mais de 104 votos, foi aprovada a admissão de 4 moções para destituir o usurpador Boluarte”.
“Quando esta vaga for aprovada, também com 104 votos ou mais, surgirá um vácuo de poder, momento em que será necessário revogar a Resolução 001-2022-2023-CR, que me anulou inconstitucionalmente, e, portanto, meu mandato deve ser retomado”, afirmou Castillo.
¡Pueblo peruano!
El 7 de diciembre de 2022 me vacaron ilegalmente sin alcanzar los 104 votos que exige la ley.
Hoy, con más de 104 votos, se aprobó la admisión de 4 mociones para vacar a la usurpadora Boluarte.
Cuando se apruebe dicha vacancia también con 104 votos o más, se… pic.twitter.com/Jth0Dh69J5
— Pedro Castillo Terrones (@PedroCastilloTe) October 10, 2025























